06 junho 2014

Jovens casais cada vez mais interessados em Lisboa


Cada vez mais jovens casais estão a abandonar as áreas metropolitanas para viver em Lisboa, nomeadamente em casas reabilitadas. A conclusão é de um estudo recente desenvolvido pela agência de publicidade BBZ, apresentado nesta 5ª feira. 

Este relatório estudou o potencial do mercado de reabilitação urbana e os residentes da Grande Lisboa, bem como as suas principais motivações para realizar obras nas futuras habitações. O estudo foi apresentado numa sessão que contou com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e o vereador do urbanismo da autarquia, Manuel Salgado. 

Numa entrevista à agência Lusa, Vítor Tito, diretor geral da agência BBZ, responsável pelo estudo, afirma que na capital «aquilo a que estamos a assistir é a um regresso dos jovens casais», que começam a «valorizar o facto de poderem viver perto de onde trabalham». 

A preocupação com os custos também pesa nestas decisões pois, hoje em dia, viver, por exemplo, na margem sul do Tejo, tornou-se bastante mais caro devido a despesas de deslocações. O responsável pelo estudo considera que «a rede de transportes públicos não é solução». 

E a preferência por Lisboa não é sustentada pela procura de casas novas, mas sim pela reabilitação de imóveis antigos. Muitos jovens casais compram casas de 50.000 ou 60.000 euros, que depois renovam. 

No entanto, a preferência não recai sobre as zonas históricas da cidade: «o conceito de reabilitação urbana relacionada com as zonas históricas desapareceu», refere Tito, que explica que os bairros procurados são vários onde há um número significativo de imóveis devolutos, nomeadamente Campolide, Campo de Ourique e Avenidas Novas. 

O responsável pelo estudo destaca uma das conclusões que o relatório aponta: «há m fenómeno que chamamos 'cocooning', ou seja, numa altura de crise, as pessoas vivem muito mais dentro de casa, [pelo que] se reduzem o número de refeições que fazem fora de casa, e muitas vezes substituem o jantar fora com os amigos por um jantar feito em casa», o que aumenta a preocupação com as obras em casa. 47% dos inquiridos afirmou ter intenções de o fazer. 

No entanto, o diretor da agência salienta que continuam a existir vários problemas a nível do processo de renovação, como «um distanciamento efetivo entre os arquitetos e os consumidores», ou os custos efetivos das obras. 

A Câmara de Lisboa tem atuado neste aspecto, nomeadamente criando o programa RE9, que comporta vários benefícios fiscais para os moradores que pretendam fazer obras em casa, além de acordos com a Ordem dos Arquitetos e com o Banco Montepio, entre outras identidades, para o financiamento necessário. O objetivo, é trazer as camadas mais jovens para o centro da cidade, e reduzir a quantidade de edifícios devolutos.

Fonte: VI

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.