08 setembro 2014

Bancos não emprestavam tanto dinheiro às famílias desde 2011


As taxas de juro médias dos novos empréstimos continuam em queda, para mínimos de três anos. A banca nacional emprestou quase 438 milhões de euros às famílias portuguesas em Julho, entre crédito ao consumo e crédito à habitação. De acordo com os dados ontem publicados pelo Banco Central Europeu, trata-se do valor mais elevado desde Dezembro de 2011 e marca uma tendência pelo segundo mês consecutivo.

Desde Junho que estes empréstimos ultrapassam os 200 milhões de euros mensais em cada uma das finalidades, algo inédito há quase três anos. No entanto os bancos continuam a emprestar mais dinheiro para efeitos de consumo, apesar destes empréstimos não terem, geralmente, garantias associadas e não obstante a taxa de incumprimento neste segmento se encontrar perto dos 14%, enquanto na habitação não vai além dos 2,7%. Aliás, nos últimos 31 meses, apenas em quatro meses o montante concedido para efeitos de crédito à habitação foi superior ao emprestado para consumo.

Apesar do maior risco para os bancos, o crédito ao consumo é mais rentável para as instituições financeiras. A taxa de juro média destes empréstimos atingiu os 8,85% em Julho, mais baixa do que os 9,18% registados no mês anterior. Os juros médios dos novos empréstimos em Julho são mesmo os mais baixos desde Dezembro de 2010, apesar de parte da descida se ficar a dever à queda do valor do indexante. Na habitação a taxa de juro média dos novos empréstimos também caiu, de 3,25% para 3,08%, em mínimos de Janeiro de 2011.

Já no crédito às empresas a tendência é idêntica no que toca aos juros cobrados pelas instituições financeiras. A taxa média dos empréstimos às pequenas e médias empresas - até 250.000 euros - caiu em Julho, de 6,11% para 5,91%, enquanto nos créditos superiores a um milhão de euros a taxa fixou-se em 3,61%, abaixo dos 3,9% registados em Junho, ambos em mínimos de Julho de 2011. Em contrapartida o montante dos créditos concedidos às empresas recuaram, em contraciclo com o que vinha acontecendo há três meses consecutivos. No total os bancos emprestaram 3,8 mil milhões de euros em Julho, menos 20% face aos empréstimos concedidos no mês anterior. A maior quebra foi sentida no crédito às grandes empresas, que passaram de 3,2 mil milhões de euros em Junho para dois mil milhões.

Embora gradual, a tendência de queda das taxas de juro - mas também do aumento dos montantes dos empréstimos - começa a dar alguns sinais de consistência, embora se encontrem ambos ainda muito longe dos níveis do passado. Recorde-se que, até 2009, os bancos emprestavam todos os meses mais de 1.000 milhões de euros no crédito à habitação.

Fonte: Económico

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