10 julho 2014

CBRE: Centros Comerciais locais têm de investir e renovar para dar resposta às necessidades dos consumidores


CBRE lança estudo inovador envolvendo 21.000 consumidores. Cerca de metade dos consumidores continua a preferir os centros comerciais locais aos grandes centros comerciais.
Segundo o novo e relevante estudo da consultora imobiliária global CBRE, o investimento em instalações é imprescindível para revitalizar os centros de retalho mais pequenos e em zonas de comércio de rua prime, com cerca de metade dos consumidores a afirmar que preferem a comodidade do comércio local aos centros comerciais dominantes e especialmente construídos para o efeito. 

O novo estudo inquiriu 21.000 consumidores em 21 países* para analisar onde e como fazem as suas compras. O estudo revela que 49% dos consumidores prefere o comércio de rua em zonas prime ou centros comerciais mais pequenos por oposição a centros comerciais cobertos, de grande dimensão e especialmente construídos para o efeito. A maioria dos consumidores (40%) discorda ainda da afirmação de que os centros comerciais regionais de grande dimensão serão os únicos locais onde valerá a pena fazer compras no futuro. 

A facilidade de acesso também é um fator crítico para os consumidores no momento de escolher onde comprar, com 49% dos consumidores a efetuar uma deslocação de 15 minutos ou menos até aos destinos onde normalmente efetuam as compras não-alimentares, de forma geral numa localização de menor dimensão ou em comércio de rua em zonas prime. A maioria dos consumidores crê ainda que os centros comerciais mais pequenos irão concorrer com o comércio online no futuro. 

Preço, limpeza, comodidade e segurança continuam a encabeçar a lista dos fatores que os consumidores esperam encontrar em todos os países e tipos de centros comerciais. A oferta de uma vasta gama de retalhistas e parques de estacionamento também são classificados como importantes. Os consumidores consideram ainda igualmente importantes a presença de retalhistas independentes, retalhistas específicos, o facto do centro comercial ser coberto e a oferta de uma variedade de serviços. Em contrapartida, os espaços de lazer e eventos são considerados relativamente menos importantes. 

A probabilidade dos consumidores visitarem ambientes comerciais melhorados é maior - quanto maior for o investimento, maior é o número de visitantes. Os consumidores com rendimentos mais elevados também dão mais valor às melhorias, com as instalações modernas a atrair os grandes clientes. Os consumidores referem que apreciam melhorias nos centros comerciais a que têm acesso, com 40% a afirmar que o seu centro comercial melhorou nos últimos três anos. Contudo, o investimento em centros comerciais mais pequenos tem sido negligenciado, com 45% dos inquiridos a notar poucas mudanças nos últimos três anos. Os maiores melhoramentos observaram-se em centros comerciais dominantes e de maior dimensão, onde 26% sentiu que as instalações tinham ficado ‘muito melhores’. Nestes centros a probabilidade de se ter registado um aumento do número de retalhistas de marcas internacionais é muito superior. 

Os consumidores que preferem centros comerciais de menor dimensão estão menos interessados nas funções de entretenimento e serviços adicionais. Tal como a sua dimensão indica, não são escolhidos por oferecerem uma grande variedade de retalhistas. A faixa etária acima dos 55 e os consumidores com rendimentos médios a baixos preferem estes centros comerciais. Os consumidores que preferem os grandes centros comerciais cobertos escolhem-nos pela presença de retalhistas específicos e pelas lojas maiores, bem como pela sua função social e de serviços, em particular no que respeita os serviços de restauração e lazer. Os parques de estacionamento também são valorizados. 

Segundo John Welham, Diretor do Departamento de European Retail Investment da CBRE, “A atual batalha pela quota do mercado de centros comerciais concentra-se cada vez mais naquilo que um centro comercial consegue oferecer para além das vendas de retalho puras - alimentação e bebidas, entretenimento e eventos, tudo concebido para criar experiências apelativas para os consumidores, e outros serviços como centros médicos, de fitness e bem-estar. Posto isto, os gestores de centros comerciais deverão manter presentes elementos essenciais como preço, comodidade, limpeza e segurança. Estes são critérios fundamentais e qualificadores que devem estar reunidos para satisfazer as necessidades dos consumidores. 

“Os proprietários com melhor financiamento têm conseguido investir em instalações, mas por norma em centros comerciais de maior dimensão e dominantes e frequentemente em detrimento de centros comerciais de menor dimensão. Estes centros comerciais mais pequenos, e o comércio de rua em zonas prime, ainda são bastante protegidos e extremamente importantes para um grande tipo de consumidores na Europa, mas têm padecido de anos de subinvestimento. Num clima económico desafiante, tem sido difícil melhorar as instalações, mas a falta de adaptação dos proprietários e dos agentes envolvidos na sua promoção e gestão, conduzirá inevitavelmente a uma perda de quota de mercado num ambiente de retalho de mudança dinâmica”, acrescenta ainda John Welham. 

O estudo revela ainda três diferentes grupos de países, reunidos geograficamente, que partilham em traços largos características de consumo: ‘Socialites de Centros Comerciais’ (Turquia, Espanha, Roménia, Itália, Irlanda); ‘Consumidores Utilitários’ (Suécia, Noruega, Dinamarca, República Checa); e ‘Corrente Dominante da Europa’ (Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Grécia, Hungria, Países Baixos, Polónia, Rússia e Suíça).


De acordo com a opinião de Peter Gold, Diretor do Departamento de Cross-Border Retail da CBRE, os “Socialites de Centros Comerciais encontram-se em países mediterrânicos como Turquia, Espanha e Itália, encaram os centros comerciais como ‘bons lugares para se encontrarem com amigos’ e procuram restaurantes de qualidade, cinemas e Wi-Fi gratuito. Os Consumidores Utilitários, pelo contrário, presentes sobretudo nos países escandinavos, valorizam a limpeza e a variedade de retalhistas, incluindo a presença de retalhistas independentes e grandes armazéns. Estes consumidores sentem-se menos atraídos pelas atividades de lazer adicionais que possam ser oferecidas por estes centros comerciais. Estes dois grupos distinguem-se da Corrente Dominante da Europa encontrada em mercados core de retail como França, Alemanha, Grã-Bretanha, e Polónia”. 

Evidenciam-se ainda diferentes expetativas de acordo com a faixa etária. Como se esperava, a faixa etária mais jovem aprecia os aspetos sociais dos centros comerciais muito mais do que as faixas etárias mais avançadas, incluindo encontrar-se com amigos e usufruir de serviços de entretenimento como cinemas e Wi-Fi gratuito. Este grupo tende a utilizar mais os transportes públicos, portanto preocupam-se menos com o estacionamento. O interesse em serviços parece diminuir com a idade, em termos gerais. Nomeadamente, a faixa etária acima dos 65 anos tende a procurar centros comerciais cobertos com um grande armazém, estacionamento gratuito, lojas independentes, privilegiando a limpeza em relação ao preço.

Fonte: CBRE

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