26 julho 2014

Preços das casas perto de estabilizarem


De acordo com os resultados do PHMS (Portuguese Housing Market Survey) de Junho de 2014, os preços das casas encontram-se perto de estabilizar no nível mais alto registado, embora tal não se verifique em todas as três regiões metropolitanas cobertas pelo inquérito (Lisboa, Porto e Algarve) . Entretanto, no mercado de arrendamento os níveis de procura aumentaram para o patamar mais elevado registado do último ano.

“Pela primeira vez na história do PHMS o sentimento dos agentes sobre os preços das casas não é negativo. São mencionados vários fatores para suportar esta evolução. Alguns são externos ao mercado, como a recuperação económica. Outros específicos do mercado, como a ausência de oferta em certas áreas, dada a inexistência de construção nova nos últimos anos.”, comenta Ricardo Guimarães, Director da Ci.

No mercado de compra e venda, as novas instruções de compra subiram ligeiramente, tendo a série de resultados estendido a sua tendência positiva ao décimo primeiro mês consecutivo. As vendas acordadas apresentaram também um ligeiro aumento pelo quinto período sucessivo. Esta progressão consistente e estável parece estar agora a sentir-se nos preços que, segundo o reportado, se mantiveram estáveis em Junho. 

Posto isto, é preciso atentar em certos aspetos que a leitura em termos nacionais não transparece. Por exemplo, os preços continuam a cair no Porto, ainda que ao ritmo mais lento registado. Além disso, os promotores têm-se deparado com aumentos de preços em Lisboa, enquanto o preço dos fogos usados continua a cair lentamente. Entretanto, as expetativas relativas a preços apuradas ao nível nacional voltaram a terreno negativo, mas tal deveu-se essencialmente à elevada deterioração observada no Porto. Espera-se que, no curto prazo, os preços continuem a manter-se inalterados em Lisboa e no Algarve. 

As expectativas relativas a vendas continuam a apontar para um aumento da atividade num futuro próximo, embora a um ritmo mais lento que o observado anteriormente. Assim, o índice nacional de confiança situa-se agora em +6, quando no mês passado se havia situado em +15. Contudo, o indicador mostrou-se positivo em cada um dos últimos 8 meses. 

No sector de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários aumentou para o máximo observado desde o início de 2013, enquanto as instruções por parte dos proprietários continuaram a cair. Apesar disso, as rendas continuaram sob pressão e espera-se que continuem a cair nos próximos três meses. Posto isto, os respondentes mantêm perspetivas otimistas relativamente à dinâmica futura do arrendamento. 

Segundo Josh Miller, Economista Sénior do RICS, “Os últimos resultados fornecem evidências de que o aumento de atividade no mercado de compra e venda reportado nos últimos 6 meses se está a começar a traduzir numa perspetiva de preços mais estável. De facto, o feedback positivo por parte dos promotores é particularmente encorajador. No entanto, será necessário um conjunto de dados mais sólidos para o mercado de trabalho e para a economia em geral para podermos falar numa reviravolta do mercado.” 
Fonte: Ci

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