18 julho 2014

Talvez se possa afirmar que o Algarve é nesta altura o mercado com mais potencial de valorização nos próximos meses.


Talvez se possa afirmar que o Algarve é nesta altura o mercado com mais potencial de valorização nos próximos meses, revela Ricardo Guimarães.

Os sinais vêm de diversos indicadores compilados pela Ci, desde logo o Índice Confidencial Imobiliário.
Enquanto a nível nacional esse índice completa em Junho uma série de 37 meses com variações homólogas negativas (desde Junho de 2011), o índice relativo ao Algarve perfaz nesse mês um trajeto de quatro meses com variações homólogas positivas, sendo esse um comportamento que se estende aos mercados de fogos novos e usados.

A evolução positiva espelhada no índice de preços é secundada pela trajetória dos indicadores de confiança apurados no âmbito do Portuguese Housing Market Survey. Realmente, se em geral o sentimento de mercado tem evoluído favoravelmente, tem sido no Algarve que esse indicador mais evoluiu. Nessa região o índice de confiança não só está em terreno positivo como o está em ambos os itens que contribuem para o seu apuramento, designadamente as expectativas futuras sobre procura e as expectativas futuras sobre preços. A região que mais acompanha o Algarve nesta rota de evolução positiva será a Área Metropolitana de Lisboa (AML). Contudo, existirá uma diferença relevante entre estes dois mercados. Na AML o mercado é claramente puxado pela gama alta, muito em resultado do efeito de contágio de preços induzido pelo Golden Visa. Na AML observa-se uma clivagem no mercado claramente identificada temporal e geograficamente com esse fenómeno e que se pode ler neste número: nessa região a diferença de preços entre as gamas "alta" e "média alta" passou de 48% há um ano para 87% no 1º trimestre de 2014. No caso do Algarve esse parâmetro situa-se em 46%, tendo até regredido face ao passado.

Isso significa que, por comparação com a AML, no Algarve a procura é mais transversal do pondo de vista dos segmentos de mercado, não sendo tão concentrada num estrato específico, o que lhe confere maior robustez e potencial de evolução.

Como se sabe há muito, o Algarve foi a região mais penalizada pela crise, traduzindo a sua circunstância de mercado de segunda habitação/turismo. Hoje, esse pode ser o seu trunfo para ser o mercado com maior índice de recuperação, beneficiando de uma procura internacional diversificada.

Por Ricardo Guimarães - Diretor da Ci
Fonte: Ci

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