A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) quer que o Governo faça uma auditoria aos mais de 1.900 vistos gold emitidos até ao momento, um pedido que surge na sequência das suspeitas de corrupção na atribuição destas licenças que levaram à detenção de 11 pessoas, incluindo o presidente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e ainda à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
"O Governo devia fazer uma auditoria a todos os vistos gold que já foram entregues. É preciso apurar se está tudo correto com o dinheiro que entrou em Portugal, de onde ele vem e se entrou ou não e ainda saber quem são as pessoas que compraram as casas e investiram", disse o presidente da APEMIP, Luís Lima, na sexta-feira passada.
O responsável disse ainda que está disponível para ajudar nesse trabalho que considera essencial para que o sector deixe de estar sob suspeita, que é o que se passa agora, mesmo quando as suspeitas de corrupção recaem sobre os serviços de atribuição dos vistos e não nas mediadoras imobiliárias.
Para Luís Lima esta auditoria é importante para garantir a confiança no programa que considera de muito relevante para o sector. "Apesar de os vistos gold não serem a maior parte do investimento estrangeiro em imobiliário, sem este programa o sector teria uma recaída que seria pior do que a doença em si", comentou.
Neste momento, dos dois mil milhões de euros que deverão ser investidos por estrangeiros em imobiliário este ano, apenas 700 milhões se referem aos vistos gold.
"A maior receita não depende desse programa, mas tem impacto e tem um impacto futuro por causa da carteira de clientes que se arranja", explicou, adiantando ainda que "o programa que dá isenção de impostos aos reformados é o que traz mais dinheiro em número para o imobiliário".
Fonte: Dinheiro Vivo
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