13 fevereiro 2015

Ricardo Sousa: “Bancos vão vender menos imóveis” em 2015


O número de imóveis não residenciais que os bancos têm em carteira supera o total de habitações. Isso é um problema para o sector. Há menos procura para esses, o que leva Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, a antecipar uma quebra nas vendas dos bancos.


Os principais bancos nacionais têm cerca de 20 mil imóveis em carteira. Como está a evoluir o ritmo de imóveis da banca que recebem?
O número de imóveis que recebemos para comercialização, em regime de exclusividade, tem vindo a aumentar, em virtude de termos mais lojas a trabalhar este segmento específico. Contudo, as carteiras de imóveis dos bancos mantêm-se com indicadores idênticos aos que se tem registado em anos anteriores.

Mais de metade destes imóveis não são habitacionais. Isso revela que os imóveis residenciais que os bancos têm em carteira estão a diminuir?
Sim, a oferta de imóveis residenciais está de facto a recuar, dado que este tipo de produto imobiliário é absorvido pelo mercado de uma forma muito rápida. Actualmente, e em regra geral, os imóveis não residenciais representam mais de 60% das carteiras dos bancos, porque o escoamento de imóveis residenciais acompanha e, por vezes, supera a procura. No segmento dos imóveis não residenciais verifica-se exactamente o contrário: a oferta é superior à procura.

Continua a haver procura por este tipo de imóveis em detrimento dos outros?
A procura de imóveis residenciais continua a ser superior à dos imóveis não residenciais. No entanto, desde o segundo semestre de 2014, começamos a registar uma maior procura de imóveis não residenciais, em resultado de um cenário económico mais positivo – novas empresas e novos negócios que começam a surgir – e também pelas dinâmicas de crescimento de outras empresas. 

Espera que, ao longo deste ano, os bancos consigam escoar mais imóveis?
De acordo com as nossas previsões para 2015, é expectável que o ritmo de vendas dos imóveis da banca reduza ligeiramente, como consequência da transição da oferta residencial para não residencial. Pelo facto de a composição das carteiras apresentar uma componente maioritariamente não residencial, é previsível que venha a registar-se um ligeiro decréscimo no número de imóveis vendidos. No entanto, a Century 21 está a desenvolver planos estratégicos para incrementar as vendas neste segmento.

Fonte: Negócios

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