Investidores, tanto pequenos como grandes, têm aumentado a procura pelo imobiliário em busca de retornos atrativos. A Europa está a ser uma aposta, com países como Itália e Portugal a destacarem-se. A baixa rendibilidade de ativos sem risco, num contexto de políticas monetárias expansionistas, associada a receios quanto às avaliações já elevadas que se verificam nos mercados acionistas, têm vindo a atrair cada vez mais investidores para o mercado imobiliário. Desde grandes fundos de investimento até particulares, muitos deles através de fundos, todos procuram ganhar com a subida dos preços. Especialmente na Europa.
Taxas zero, ou mesmo negativas, são já uma realidade. E como nem todos os investidores gostam de risco para o seu dinheiro, há muitos que estão a procurar o imobiliário como forma de diversificarem a sua carteira. Isso explica, por exemplo, o crescimento de 6,7% no valor dos ativos geridos por fundos de investimento na União Europeia, de acordo com os dados da APFIPP. Tinham mais de 257 mil milhões de euros sob gestão no final do terceiro trimestre de 2014.
Mas mais expressiva que a aposta dos pequenos investidores é a dos grandes: fundos de pensões e outros grandes investidores institucionais têm vindo a aplicar montantes avultados em grandes empresas de capital de risco que detêm grandes fundos imobiliários. E até fundos soberanos como o da Noruega, o maior do mundo, está aumentar a exposição ao sector. Com os retornos do petróleo a recuarem, tem autorização para elevar o imobiliário para 5% do valor total do fundo. E, como outros, está a fazê-lo. E a Europa é o mercado.
A aposta recai não em imóveis habitacionals, mas em edifícios de escritórios. E também em superfícies comerciais, especialmente no mercado europeu. Segundo dados da Real Capitai Analytics (RCA), o imobiliário comercial europeu registou o arranque de ano mais activo desde 2007, com transações de 64,3 mil milhões de euros, um aumento de 54% quando comparado com o mesmo periodo do ano passado. "Os retornos atractivos face a outros activos, bem como sinais de melhoria económica" explicam a aposta, diz a RCA.
Portugal brilha
Itália multiplicou, no primeiro trimestre, o valor das transacções por cinco, para 3,75 mil milhões de euros, passando a ser o sexto mercado mais activo da região. Mas Portugal, revela a RCA, registou também um aumento expressivo, ainda que de uma base muito baixa: multiplicou por 14 o valor das transações para 623 milhões nos primeiros meses do ano.
"Itália e Portugal estão a.começar a aparecer no radar dos investidores à medida que estes começam a olhar para novas oportunidades na periferia da Zona Euro criadas pela desalavancagem do sector financeiro e .pelos preços atractivos", diz Tom Leahy, director da RCA. Os preços atrativos são justificados pela contração do mercado, nos últimos anos, mas também pelo euro mais fraco, que torna mais baratos os imóveis para investidores em dólares.
Fusões disparam na Europa
O apetite por imobiliário está a ditar um aumento nas transações, mas leva também a um crescimento nas operações de fusões e aquisições entre empresas do sector. De acordo com dados da Dealogic, registou-se um aumento de 6,94% no valor das transações a nível global, em 2014, para 303 mil milhões de dólares, um máximo desde 2007. Para este crescimento contribuiu, essencialmente, a Europa. Nesta região, o número de operações aumentou em 33% face a 2013, mas o valor disparou 90% para 117 mil miIhões de dólares, acima dos 87 mil milhões nos EUA. E a tendência de crescimento mantém-se este ano, período em que já foram realizadas operações avaliadas em 31 mil milhões (28% do total mundial). Contudo, olhando para os maiores negócios, é a Ásia que se destaca, nomeadamente a China. É responsável pela maior transação, a compra de 17% da China Overseas Land & lnvestment pela China State Construction Engineerings, tendo mais dois negócios nos 10 maiores. Os EUA realizam três outros grandes negócios.
Fonte: Negócios
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