03 maio 2015

Falta de escritórios leva inquilinos a equacionar o pré-arrendamento em projeto


Numa altura em que o lançamento de novos projetos ou a remodelação profunda de espaços para escritórios é ainda muito incipiente, é visível, por parte dos inquilinos, a hipótese de avançarem para o pré-arrendamento de imóveis em projeto. De acordo com Paulo Henriques, partner da B. Prime, "o nível atual de novos empreendimentos a chegar ao mercado é de tal maneira baixo que nos deparamos com cada vez mais casos de inquilinos a equacionarem o pré-arrendamento de imóveis em projeto, para satisfazerem os seus requisitos de espaço".


Para Paulo Henriques, "é natural que a médio/longo prazo esta situação seja corrigida, mas para tal será necessário que os níveis de rendas praticadas atualmente no mercado de Lisboa sofram um aumento".

Na opinião de Carlos Oliveira, partner e diretor de escritórios da Cushman & Wakefield, "uma empresa de grande dimensão, que necessite de alguns milhares de metros quadrados, terá poucas opções disponíveis, pelo que os cenários de pré-arrendamento começam a ser uma possibilidade". A incógnita desta equação - destaca Carlos Oliveira - será o valor das rendas, uma vez que, aos valores atuais, na maior parte dos casos, não se consegue viabilizar financeiramente a nova construção. "Os novos empreendimentos que vão surgir dificilmente o farão de forma especulativa pelo que a sua viabilidade estará dependente da concretização dos pré-arrendamentos referidos", alerta. 

De acordo com as consultoras, este ano prevê-se que cheguem ao mercado perto de 33.000 m2 de escritórios novos, dos quais 21.000 m2 serão ocupados pelos seus proprietários. Trata-se dos edifícios República (Paço do Saldanha), Castilho 24, Marquês de Pombal (Axa) e a sede da EDP. Em 2014 foram colocados no mercado cerca de 20.600 m2 de escritórios novos, mas quase imediatamente tomados. 

Mariana Rosa, diretora de office agency da Jones Lang Lasalle (JLL), alerta que, infelizmente, "o pipeline de edifícios novos não apresenta muitas alternativas, uma vez que praticamente todos os edifícios que vão ficar concluídos este ano serão ocupados pelos próprios proprietários". Aliás, reforça, "dos quatro novos edifícios colocados no mercado, apenas 11.100 m2, serão desenvolvidos especulativamente, o que significa que a médio prazo deverão começar a escassear edifícios novos e de qualidade". Na sua opinião, esta situação deve-se sobretudo à atitude de prudência dos promotores imobiliários, muitos deles afetados pela crise dos últimos anos. 

Pedro Salema Garção, head of agency da Worx, considera que, "neste novo ciclo, assiste-se a uma postura muito mais conservadora.

Fonte: Vida Económica

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