Segundo o mais recente estudo da consultora imobiliária global, CBRE, os investidores do Médio Oriente deverão despender 15 mil milhões de dólares americanos, por ano e a curto-prazo, em mercados imobiliários fora da sua região. Londres e Paris ocupam posições de topo.
O Médio Oriente continua a ser uma das principais fontes de capital para o mercado imobiliário global, com 14 mil milhões de dólares investidos fora da região de origem em 2014. O Qatar, devido aos seus fundos soberanos, foi, de longe, a maior fonte de capital com 4,9 mil milhões de dólares investidos. A Arábia Saudita emerge como nova fonte de capitais globais, com um investimento de 2,3 mil milhões de dólares em 2014, depois de praticamente não ter registado investimentos em 2013.
A base de investidores do Médio Oriente expandiu-se, alimentada pela redução do preço do petróleo, o que levou a uma mudança nas estratégias de investimento global no que diz respeito à diversificação geográfica e de setor, com a atividade a espalhar-se entre os mercados principais e secundários na Europa e América. A maior proporção do capital do Médio Oriente está direcionada para os Estados Unidos, sendo que os 5 mil milhões de dólares investidos globalmente no primeiro trimestre de 2015 foram divididos de forma praticamente equivalente pela Europa e Estados Unidos. Londres mantém a primeira posição, contudo já não é dominante, passando de 45% de todo o investimento externo do Médio Oriente registado em 2013 para 32% em 2014.
Principais Locais de Investimento para o Capital do Médio Oriente em 2014
Fonte: CBRE Research, Real Capital Analytics
Os investidores do Médio Oriente estão cada vez mais ativos num número mais alargado de setores. Isto é evidente nos Estados Unidos onde, historicamente, estes investidores compraram edifícios de escritórios e hotéis de referência em Nova Iorque, Los Angeles e noutros mercados principais. A concorrência de investidores chineses e outras fontes de capital a nível global leva à procura de alternativas por parte destes investidores. Exemplo disso foi a aquisição, deste ano, de um portefólio industrial por 725 milhões de dólares, com 1,3 milhões de metros quadrados, pela Autoridade de Investimento de Abu Dabhi.
Investidores privados e investidores não institucionais (empresas imobiliárias, pessoas com elevado património líquido, fundos de investimento e outras formas de capital privado) emergem de forma crescente como a maior fonte de capital externo do Médio Oriente. O potencial deste grupo de investidores vai crescendo em importância à medida que aumenta a alocação de capital no sector imobiliário e o enfoque na diversificação geográfica afastada da região de origem.
Esta tendência de crescimento tem tido um impacto significativo na Europa, onde os seus investimentos imobiliários tiveram um crescimento homólogo de 56% para 4,8 mil milhões de dólares, o que criou uma mudança no equilíbrio entre investidores institucionais e investidores não institucionais. Em 2014, o capital não institucional representou cerca de 60% do total de investimentos do Médio Oriente na Europa.
A redução dos preços do petróleo contribui fortemente para o crescimento de investimento não institucional vindo do Médio Oriente, o que desencadeia e acelera o desdobramento de capital, com uma grande procura pelo investimento “value add”. As previsões da CBRE apontam para que o investimento imobiliário de capital não institucional proveniente do Médio Oriente varie entre 6 a 7 mil milhões de dólares por ano, a curto prazo, tendo passado de cerca de 5 mil milhões de dólares por ano entre 2010 e 2013.
“O capital privado proveniente do Médio Oriente está a tornar-se, uma vez mais, no grupo investidor mais relevante a nível global. A mudança mais imediata será a procura de ativos de cerca de 50 milhões de dólares. Isto estende-se naturalmente a uma estratégia de investimento mais diversificada – uma tendência que já se faz sentir no mercado em 2015 e é expectável que se torne mais vincada nos próximos 6 a 18 meses. Em particular, espera-se que a região dos Estados Unidos registe um maior fluxo de capital vindo do Médio Oriente”, refere Chris Ludeman, Global President, CBRE Capital Markets.
Além do capital privado, espera-se que os fundos soberanos do Médio Oriente permaneçam no mercado, muito embora não sejam tão fortes nas suas estratégias de aquisição quanto seriam se não houvesse a queda dos preços de petróleo. É muito improvável que os governos regionais tomem decisões radicais que afetem alocações existentes de capital, prevendo-se que apenas as novas alocações sejam afetadas.
A CBRE prevê um investimento direto para o mercado imobiliário, a curto e médio-prazo, de 7 a 9 mil milhões de dólares por ano, provenientes dos fundos soberanos do Médio Oriente. Caso o preço do petróleo se tivesse mantido acima dos 100 dólares por barril, o investimento rondaria entre os 9 e os 11 mil milhões de dólares.
Fonte: CBRE
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