01 agosto 2015

Porto no radar dos investidores


Estão a ser fechadas várias operações imobiliárias que irão transformar a Baixa da cidade. O turismo é o motor. Baixa do Porto entrou numa nova etapa da sua capacidade de atração de investimento. O boom recente no turismo está a esta a revolucionar a Invicta e a ter impacto a vários níveis - do comércio à hotelaria, passando por novidades recentes como a procura de espaços em zonas prime para a abertura de lojas de luxo até então só focadas no mercado lisboeta.


Atentos, os investidores estrangeiros e nacionais estão a acompanhar as tendências e a investir em edifícios emblemáticos na Baixa do Porto, principalmente na Avenida dos Aliados e envolvente, para os reconverter em hotéis ou residenciais de luxo com comércio no piso térreo.


Um levantamento feito pela consultora Predibisa e pela Capital Urbano, empresa gestora de ativos imobiliários, mostra que há cada vez mais apetência pela área que vai dos Aliados aos Clérigos. "Esta será a zona prime, a mais cara da cidade, procurada pelos turistas com poder de compra que visitam o Porto. E aqui já começa a assistir-se ao mesmo movimento que está a marcar a Avenida da Liberdade, em Lisboa, com os escritórios a serem substituídos por hotéis e comércio de luxo. Também aqui vamos ter vários edifícios recuperados", diz João Magalhães, diretor-geral da Predibisa.

Certo é que, neste momento, não há oferta nesta zona para a procura que começa a surgir ao nível do retalho de luxo. "E os poucos espaços que vão surgindo são rapidamente ocupados. Atualmente, o arrendamento está a ser feito a €35/m2, mas a pressão é para subir. E mesmo que não chegue aos níveis da Avenida da Liberdade, onde o preço já atinge os €100/m2, nos Aliados o preço deverá subir para os €50/m2 dentro de um ano".

Já a zona de Santa Catarina continuará a consolidar-se no retalho das marcas clássicas "até porque nunca foi capaz de atrair lojas para o segmento mais alto", aponta Francisco Rocha Antunes, administrador da Capital Urbano, acrescentando que Santa Catarina está para o Porto como o Chiado para Lisboa. 

Sob a gestão da Capital Urbano - mandatada pelo Interfundos do universo BCP - está o Quarteirão D. João I. Este será um dos grandes projetos da Baixa do Porto envolvendo mais de 20 edifícios que irão acolher mais de uma centena de casas de tipologias grandes. Uma das grandes alavancas será o renovado Mercado do Bolhão, obra que deverá avançar a curto prazo. 

Para já, esta semana começaram as demolições dos edifícios do quarteirão, intervenção que irá prolongar-se pelos próximos três meses, preservando-se as fachadas do lado da Rua Sá da Bandeira, conforme explica o responsável - da Capital Urbano. O investimento de €46 milhões do Interfundos está a ser acompanhado pela Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana, de forma a dar unidade a uma escala significativa do quarteirão. 

Serão 7.600 m2 de área de construção (com uma capacidade construtiva de 27.000 m2) para habitação e 8.000 m2 para retalho. "Mas sempre numa lógica de rua e nada virado para galerias", reforça Rocha Antunes. 

Uma quarta zona começa à despontar neste mapa das novidades ao nível do retalho no Porto: toda a área que envolve as ruas Mouzinho da Silveira e das Flores, percurso habitual para quem desce até à turística Ribeira. "É uma zona com muito carisma mas direcionada para o pequeno comércio. Aqui, a maioria das lojas possui no máximo 50 m2", diz João Magalhães, da Predibisa, rematando que há ainda muitos edifícios por reabilitar mas também um número crescente de investidores interessados.

Residencial de luxo nos Aliados
Nos Aliados, duas das principais operações imobiliárias do momento passam pelo edifício AXA, que vai ser reconvertido em hotel, e pelo edifício do Banif que será transformado em habitação de luxo. E até o projeto da Interfundos no Quarteirão D. João I, que arrancou esta semana, já tem investidores institucionais interessados. Os especialistas do mercado falam de uma valorização crescente do Porto. "Lisboa está a tornar-se cara. Porto oferece o mesmo charme mas a preços baixos, o que atrai os investidores", diz Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman&Wakefield. Paulo Silva, diretor-geral da Aguirre Newman, sublinha que o fenómeno se repete: "Os investidores que apostavam em Madrid viraram-se para Lisboa quando as rentabilidades baixaram. Agora, o mesmo está a acontecer na capital e eles começam a centrar-se no Porto". No perfil de quem está a investir incluem-se "fundos de investimento imobiliário e alguns investidores locais", especifica Francisco Sottomayor, diretor do departamento de investimento da CBRE. 

ZONAS 'PRIME' DA INVICTA
Fonte: Expresso

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