13 janeiro 2016

Crédito à habitação dispara 70%. Reforma do arrendamento falhou?


Até outubro de 2015, a concessão de crédito à habitação aumentou 70% em relação ao mesmo período de 2014. Somos mesmo um país de senhorios? Proprietários, inquilinos e imobiliárias dizem que a reforma do arrendamento falhou e vão exigir a António Costa que altere o quadro legal.


Nos primeiros dez meses de 2015, os bancos concederam 3131 milhões de euros em crédito à habitação. O número contrasta com o valor do mesmo período de 2014: até outubro desse ano, o valor era de 1835 milhões, o que resulta num aumento, de um ano para o outro, de mais de 70%. Dados do Banco de Portugal mostram que o valor atingido nos primeiros dez meses do ano passado é mesmo 35% superior à totalidade de empréstimos para comprar casa feitos em 2014.


O crescimento é significativo, mas para o colocar em perspetiva vale a pena comparar os números de agora com os do período pré-crise. E dessa comparação resulta uma diferença gritante: entre 2004 e 2008, a média anual de empréstimos para comprar casa era de quase 17500 milhões: nesse período, bastavam pouco mais de dois meses para atingir o valor concedido em todo o ano de 2015.


O mercado do arrendamento continua a ser mais fraco que o da compra e venda de imóveis. Lisboa é o distrito no qual o aluguer de casa é mais forte; ainda assim, apenas um terço de quem procura casa o faz com intenção de arrendar; os outros dois terços querem adquirir uma habitação. E neste mesmo distrito, os dados do censo de 2011 recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que apenas um quarto dos imóveis colocados no mercado têm por destino o aluguer, sendo os restantes 75% para vender. A média global calculada pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP) mostra que 52% da procura se dirige para a compra de imóveis, enquanto 44,9% se direciona para o arrendamento. E a tendência para a compra está a intensificar-se: no primeiro trimestre de 2015 transacionaram-se em Portugal um total de 25.716 alojamentos familiares, o que corresponde a um aumento de 38.3% face a igual período do ano anterior.

Fonte: TSF

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