As transações de imóveis residenciais em 2015 deverão totalizar cerca de 111.000 operações, num investimento de 9 mil milhões de euros. Neste segmento, os portugueses continuam a dominar as aquisições. O mercado residencial terá transacionado este ano um total de 9 mil milhões de euros em Portugal, avançou o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Reis Campos, que revelou ainda que este valor dirá respeito a cerca de 111.000 operações imobiliárias.
Os portugueses continuam a dominar o investimento, concentrando, pelas contas deste organismo, cerca de 89% (aproximadamente 8 mil milhões de euros) deste volume. Os estrangeiros foram responsáveis pelos restantes mil milhões de euros em investimento em imóveis de habitação, revelou aquele líder associativo. Reis Campos frisou a importância de programas de captação de investimento estrangeiro para a dinamização do setor residencial, como são os casos dos vistos Gold e do Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais, mas relembra que “muitas casas são adquiridas por compradores internacionais que não recorrem a estes incentivos”.
No ano passado, o programa dos vistos Gold, que tem atraído investidores de países anteriormente pouco ativos no nosso país – como é o caso da China -, captou cerca de 466 milhões de euros de investimento estrangeiro, dos quais 417 milhões terão sido através da compra de imóveis, a maioria dos quais de uso habitacional, confirmou Reis Campos. Este volume é ainda assim cerca de metade do investimento captado através deste instrumento no ano anterior, que foi o melhor desde final de 2012, altura em que o programa foi implementado. Desde lá e até final de 2015, os vistos dourados trouxeram 1.694 milhões de euros para Portugal, sendo 1.528 milhões alocados ao setor imobiliário, segundo dados de final de dezembro revelados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Este investimento acumulado foi distribuído entre 2.788 vistos que garantem autorização de residência em Portugal, sendo 2.202 vistos atribuídos a cidadãos chineses.
De acordo com a CPCI, o setor residencial terá pesado 60% nos 15 mil milhões de euros que esta entidade estima que totalizem as transações imobiliárias no nosso país em 2015, sendo os restantes 6 mil milhões de euros distribuídos entre todos os outros segmentos, como comércio, serviços, hotéis, terrenos ou armazéns, entre outros. No total das transações imobiliárias realizadas em 2015 em todos os segmentos, 11,7 mil milhões de euros terão sido concretizadas por portugueses e os restantes 3,3 mil milhões por estrangeiros, avançou ainda a CPCI, que deu nota de que o volume total investido em 2015 terá crescido cerca de 21% face a 2014, quando foram registadas transações imobiliárias no valor de 12,4 mil milhões de euros.
Preço das casas deverá crescer 4% ao ano
As expectativas em relação ao mercado de habitação estão também cada vez mais positivas. Um inquérito recente realizado pela Confidencial Imobiliário (Ci) e pelo RICS revela que os mediadores e promotores imobiliários esperam que o preço das casas aumentem em média 4% ao ano nos próximos cinco anos, expectativas sustentadas pela “recuperação da atividade no mercado de compra e venda, que continuou a recuperar a um ritmo constante” em novembro, data do último inquérito Portuguese Housing Market Survey. Para Ricardo Guimarães, diretor da Ci, as expectativas são “positivas para a maioria dos agentes que participam neste inquérito”, mas são especialmente positivas “por parte dos mediadores que atuam junto dos investidores internacionais”, refere em comentário aos resultados de novembro.
Para Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, a melhoria do mercado de compra e venda de casas é sustentada por diversos fatores, entre os quais a continuidade da compressão das taxas de juro para o crédito à habitação e o próprio crescimento da procura por este tipo de produto financeiro, a par do aumento do emprego.
Os números preliminares de 2015 não deixam dúvidas. Valores divulgados há dias pelo Banco de Portugal através da imprensa dão nota de que nos primeiros dez meses de 2015, foi contratado crédito à habitação no valor de 3.131 milhões de euros, num crescimento de 70% face ao período homólogo, quando o crédito à habitação concedido foi de perto de 1.835 milhões de euros.
Fonte: Público Imobiliário
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