24 fevereiro 2016

Expetativas de preços apontam para estabilização do mercado em 2016


O inquérito de Janeiro de 2016 da Portuguese Housing Market Survey (PHMS) registou uma ligeira subida da procura por potenciais clientes no mercado de compra e venda, sucedendo à estabilização observada em Dezembro. Já no mercado de arrendamento, o hiato decorrente do crescimento da dinâmica de procura por parte dos arrendatários e do decréscimo nas novas ofertas por parte dos proprietários tem sustentado o crescimento das rendas.


Focando no mercado de compra e venda, as consultas por potenciais clientes subiram, com Lisboa e o Algarve a registarem um aumento da procura. Pelo contrário, no Porto, as consultas por novos clientes foram caindo ao longo do mês de janeiro. Ao mesmo tempo, o indicador nacional relativo a vendas sugere que os volumes de vendas se mantiveram praticamente inalterados pelo segundo mês consecutivo. Do lado dos mediadores imobiliários há o registo de um ligeiro aumento das transações em Janeiro, enquanto nos dos promotores o sentimento é de uma redução nas mesmas. 

Para Ricardo Guimarães, Director da Ci, “Uma vez mais os agentes inquiridos manifestam uma preocupação com os impactos que possam decorrer dos atuais riscos políticos e económicos. Mesmo assim, é clara a sua crença no potencial do mercado, em especial mercê da dinâmica da procura por investidores internacionais e no sector do turismo. Para isso enfatizam a necessidade de consolidar a estabilidade e de relançar medidas como o Visto Gold.” 

Paralelamente, os preços das casas continuam a subir a um ritmo constante embora, curiosamente, os promotores imobiliários apontem para uma tendência mais sólida que os agentes imobiliários em todas as três regiões. Olhando para o futuro, os respondentes prevêem que o aumento dos preços das casas atinja 2,5% no próximo ano, quer em Lisboa quer no Algarve. Para o Porto as projeções são um pouco mais modestas, ficando-se por uma subida de apenas 1%. No entanto, as previsões dos respondentes continuam a apontar para que os preços das casas aumentem pouco mais de 4% ao ano nos próximos cinco anos. 

O índice de confiança nacional (uma medida composta das expetativas de curto prazo relativas a vendas e preços) situou-se em +30. Este é o quarto mês consecutivo em que o indicador registou um valor entre +30 e +33. 

No mercado de arrendamento, o hiato entre a crescente procura e as descendentes instruções dos proprietários alargou-se ao longo do mês, com as instruções de arrendamento a caírem ao ritmo mais rápido desde que a série foi lançada em 2011. Este desequilíbrio crescente conduziu a uma aceleração do crescimento das rendas, estendendo assim a recuperação ao nono mês consecutivo (o que se seguiu a anos de declínio persistente). Daqui para a frente, espera-se que as rendas cresçam ainda mais nos próximos três meses. 

Segundo Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “A recuperação da economia portuguesa solidificou-se em 2015, com o crescimento do PIB que passou de 0,9% para 1,4%. Se 2016 é para continuar a trazer melhorias ao mercado imobiliário, os fundamentos económicos serão a chave. Apesar das previsões serem consensuais quanto ao cenário ao longo dos próximos 12 meses, a incerteza presente na economia global representa um risco com potencial impacto negativo.”

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