26 março 2016

Baixa do Porto atrai lojas de marca e é procurada cada vez mais como habitação


João Nuno Magalhães, diretor-geral da Predibisa, acredita que a baixa do Porto está prestes a sofrer uma transformação, tanto a nível de retalho - com condições de atrair lojas de grandes marcas - como de habitação. Efetivamente, as grandes marcas mundiais não marcam ainda presença no Porto, apesar de "terem vontade de o fazer". Isto acontece porque estas insígnias investem só se outras o fizerem também.


Um cenário que poderá mudar com a venda do edifício d' O Comércio do Porto, na Avenida dos Aliados, e que acolhia o Banif, o qual reúne condições para atrair três grandes marcas e foi comprado nesse pressuposto. 


João Magalhães destaca que a elevada procura em apartamentos na Baixa está a convencer os promotores a investir em tipologias superiores aos habituais T0 e T1. Acredito que, em alguns anos, será possível povoar esta zona do Porto com famílias". 

O responsável da Predibisa, que foi um dos oradores numa conferência organizada pela PWC para apresentação e discussão do relatório "Emerging Trends in Real Estate® Europe 2016 - Beyond the Capital", refere, ainda, que, "neste momento, o Porto já não tem espaços de escritórios para arrendar". Acrescenta que "o mercado imobiliário nortenho é apetecível, mas, com valores de renda baixos, faltam promotores com interesse em investir". 

Na sua opinião, "existem terrenos no Porto para construção e de novos escritórios. No entanto, não há financiamento por parte da banca e, por isso, os promotores não têm a coragem de levantar novos edifícios sem a certeza da sua colocação imediata no mercado de arrendamentos. O mesmo acontece com a habitação - há empreendimentos na Foz, com mais de 25 anos, a serem comercializados a preços muito elevados, porque a procura excede largamente a oferta".

Incitado a comentar os resultados que apontam que o top 10 de investimento imobiliário na Europa incida sobre setores como lojas de rua, empreendimentos para a terceira idade, data centres, alojamento para estudantes, escritórios partilhados (co-working e outros do género), hotéis, habitação para venda, residências privadas para arrendamento, saúde e instalações logísticas, João Nuno Magalhães adiantou que há efetivamente uma procura que excede a oferta em grande parte desses setores no Porto. 

A 13ª edição do estudo organizado pela PWC e pela Urban Land Institute destaca que "alguns dos principais investidores acreditam que Portugal exige um olhar mais atento", aparecendo Lisboa em sétimo no ranking das 28 cidades europeias mais atrativas para investir em imobiliário.

Fonte: VidaEconómica

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