03 março 2016

Europeus dominam procura de casas por estrangeiros nos próximos meses


O mercado internacional deve continuar a crescer este ano, mas “serão os países europeus a dominar a procura”, assegura Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal. Por isso mesmo, “não é expectável um impacto negativo do contexto do Golden Visa no mercado nacional”, explica Ricardo Sousa, adiantando que, em particular, “o Reino Unido volta a intensificar a procura e os clientes provenientes da Suíça também estão a ganhar expressão”. Só nas operações mediadas pela rede Century 21 Portugal, estes últimos compradores mais que triplicaram em 2015.


Mas de fora da Europa também podem vir boas notícias, já que “Portugal está no radar dos EUA e antecipamos um aumento progressivo da procura por parte de clientes deste país”, comenta Ricardo Sousa. Estes três países integram o top 5 de compradores estrangeiros de casas mediadas pela Century 21 em 2015, a par da França, que lidera a lista, e do Brasil. Em 2015, as transações de casas para estrangeiros realizadas na rede cresceram 18% para 1.819 operações e este ano este crescimento deverá continuar, já que a Century 21 estima que “a procura internacional continue a crescer segundo os nossos indicadores”. Por isso mesmo, uma maior aposta neste mercado está nos planos para 2016, incluindo no mercado francês, belga e do Reino Unido, “com uma operação coordenada com a rede Century 21 nestes países, para a maximização de sinergias operativas para intercâmbio de clientes”, refere o administrador.

Contudo, é preciso não esquecer que o mercado internacional “não impacta todo o território nacional de igual forma”. Em 2015, “foi apenas em algumas zonas de Lisboa, Porto e Algarve, onde a procura internacional se sobrepõe, que houve uma maior pressão nos preços”, refere, acrescentando que as zonas, principalmente de costa, em Lisboa, Porto, Douro e Alentejo deverão continuar a ser alvo desta procura internacional.

Ainda assim, “o verdadeiro motor do mercado residencial são os portugueses”, frisa Ricardo Sousa. Nas transações de venda de casas intermediadas pela Century 21 em 2015, (num total de 7.250), os estrangeiros pesaram 25% (1.819 operações”). Em geral, “o número de transações de venda deve continuar a aumentar, embora a um ritmo inferior ao registado em 2015”, diz Ricardo Sousa, realçando, para a evolução do mercado interno, a importância da “estratégia da Banca e respetiva política de atribuição de crédito”.

Arrendamento perde peso

Já o arrendamento, que em 2014 representou 44% do volume transacionado pela Century 21 Portugal, em 2015 perdeu expressividade para 37%. E também o número de operações de arrendamento decresceu 4% face a 2014 (para 4.233 operações), embora o valor médio do arrendamento tenha recuperado 3% de 532 euros para 55 euros. Já na venda, o valor médio transacionado decresceu 7% para 130 mil euros, diz a Century 21. Para Ricardo Sousa, apesar desta perda de peso, “não são expectáveis grandes variações no segmento”, isto porque a “população jovem opta por arrendar antes de comprar a primeira casa, e muitas famílias com uma situação económica ou familiar instável que também opta por arrendar”, explica.

A Century 21 Portugal faturou em 2015 €20 milhões, mais 31% do que em 2014, tendo mediado negócios no valor de €471 milhões (+19%). Também nas transações de venda de casas, a rede cresceu acima dos 30% (+ 32% para 7.250 negócios) e fechou o ano com 85 lojas e em 2016.

Fonte: Público

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