18 março 2016

Só um banco ainda resiste à Euribor a um ano


Já é praticamente impossível contratar um crédito à habitação com indexante a três ou seis meses. BCP foi o último a mudar a taxa. O último ano foi marcado por alterações significativas no mercado de crédito à habitação em Portugal. Primeiro, as taxas interbancárias utilizadas como indexante assumiram valores negativos.


E, depois, como resposta, os bancos retiraram as taxas de mais curto prazo dos seus preçários. Só uma instituição ainda resiste à Euribor a 12 meses que já é o único indexante oferecido por dez bancos.


O Santander Totta foi o primeiro banco, em Janeiro do ano passado, a reagir aos valores negativos das Euribor. Na altura, apenas a taxa a um mês já se tinha situado abaixo de zero, mas quis precaver-se do risco de um sinal de menos. Aos poucos, as restantes instituições tomaram a mesma decisão e abandonaram as taxas a três e seis meses da sua oferta comercial. O último foi o BCP que, na última alteração do preçário, deixou "cair" a Euribor a seis meses, que substituiu pela de 12 meses.
Com estas alterações, a Euribor a seis meses, que era no arranque de 2015, o indexante oferecido por todos os 11 bancos a operar no mercado nacional, praticamente desapareceu dos preçários. Apenas o BIC ainda mantém na sua oferta comercial as taxas a três e seis meses.


E em Espanha?
Os dados do Banco de Portugal revelam que, no final de 2014, mais de metade dos créditos tinham como indexante a Euribor a seis meses. Números que deverão mudar à luz desta nova estratégia dos bancos. E, deste modo, o mercado português começa a assemelhar-se cada vez mais ao espanhol, onde a grande maioria dos financiamentos tem como indexante a Euribor a 12 meses.
Os valores negativos têm sido, aliás, motivo de discussão no país vizinho, pois não foi ainda definido como é que os bancos devem actuar caso a média negativa da Euribor supere o valor do "spread" e resulte numa taxa final negativa. Vários têm sido os banqueiros a manifestar a sua posição. O último foi Ángel Ron. "O racional é que não se pague por emprestar dinheiro" e "acabaremos por introduzir no contrato que a taxa de juro mínima será de 0%", disse o presidente do Banco Popular, em entrevista ao El Economista.

Fonte: Negócios

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