Recuperação do centro comercial prevista em plano de pormenor contempla criação de polo comercial com 15 mil metros quadrados. Decorre até 19 de setembro a venda extrajudicial por negociação particular de um lote de apartamentos de habitação pertencentes à Torre E do empreendimento Dallas, no Porto. São no total 33 habitações de tipologia T3, a que se junta um andar recuado no último piso do edifício (que, no seu conjunto, correspondem à quase totalidade do edifício), bem como oito lugares de garagem.
Esta venda decorre da falência da empresa Imoalbos – Gestão Imobiliária, sendo que o principal credor é a Caixa Geral de Depósitos. À totalidade destes artigos foi atribuído um valor-base superior a 6,2 milhões de euros. O valor mínimo fixado para a venda da globalidade dos imóveis é de 5,29 milhões de euros. As propostas serão abertas no dia 23 de setembro.
Recorde-se que o empreendimento construído na década de 80, com um total de cerca de 500 condóminos, compreende quatro edifícios de escritórios e habitação, para além do centro comercial que dá o nome ao conjunto localizado na Boavista e que ocupa uma área de 9172 metros quadrados.
De acordo com José Barros de Oliveira, administrador judicial que tem o processo em mãos, esta venda “não pode ser dissociada do plano de pormenor que a autarquia aprovou para o empreendimento”, pelo que “o comprador tem que estudar o licenciamento”, disse.
A área do plano “abrange o conjunto edificado do Dallas, composto por cinco edifícios contíguos e ligados funcionalmente entre si”, e “ainda as infraestruturas viárias adjacentes, nomeadamente a Rua e o Largo do Engenheiro António de Almeida”.
Nova vida para o Dallas?
O espaço comercial, que foi o segundo grande centro comercial a surgir no Porto, depois do Brasília, na rotunda da Boavista, encerrou portas em 1999, num processo envolto em alguma polémica.
Não obstante, a autarquia decidiu, em 2015, aprovar um plano de pormenor para o empreendimento. Este inclui a recuperação do espaço afeto ao Centro Comercial Dallas, bem como a redução do montante devido em taxas pelos proprietários, que passou de 5,5 milhões para 1,5 milhões de euros.
O projeto em causa, segundo Carlos Loureiro, administrador da AndarGest, empresa responsável pela gestão do condomínio do empreendimento, representa um investimento estimado de 30 milhões de euros “apenas para a remodelação do centro comercial”. Este implicaria a demolição do interior do edifício e o redimensionamento da área comercial.
Segundo o plano de pormenor, será criado um “polo comercial” com cerca de 15 mil metros quadrados de construção, enquadrado pelas diversas unidades hoteleiras de quatro e cinco estrelas que rodeiam o espaço, capaz de gerar entre 900 a 1200 postos de trabalho, diretos e indiretos.
Tanto quanto o PÚBLICO Imobiliário conseguiu apurar junto de fonte ligada ao processo, existem já investidores interessados neste projeto. Porém, Carlos Loureiro salienta que não existe “qualquer evolução” e o projeto “está em fase de estudo”, até pela “conjuntura do mercado imobiliário”, pelo que o valor do investimento pode não ser o estimado.
Por seu turno, as torres C e D pertencem a uma miríade de proprietários. À torre C está alocada essencialmente a utilização de escritórios, enquanto na torre D estavam localizados os antigos cinemas.
O plano de pormenor aprovado pela autarquia prevê “a articulação do espaço público com a envolvente, criando novas ligações pedonais que valorizem a área e eventuais demolições que permitam a melhoria das condições de penetração e interação entre a Avenida da Boavista, o largo e a rua Eng.º António de Almeida”. Está ainda prevista “a promoção de usos que implementem mais dinâmica nesta área e que se adaptem a característica da zona, que se distingue por concentrar comércio e serviços”.
Fonte: Público
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