10 setembro 2016

Porto. Habitações do empreendimento Dallas em venda extrajudicial


Recuperação do centro comercial prevista em plano de pormenor contempla criação de polo comercial com 15 mil metros quadrados. Decorre até 19 de setembro a venda extrajudicial por negociação particular de um lote de apartamentos de habitação pertencentes à Torre E do empreendimento Dallas, no Porto. São no total 33 habitações de tipologia T3, a que se junta um andar recuado no último piso do edifício (que, no seu conjunto, correspondem à quase totalidade do edifício), bem como oito lugares de garagem.


Esta venda decorre da falência da empresa Imoalbos – Gestão Imobiliária, sendo que o principal credor é a Caixa Geral de Depósitos. À totalidade destes artigos foi atribuído um valor-base superior a 6,2 milhões de euros. O valor mínimo fixado para a venda da globalidade dos imóveis é de 5,29 milhões de euros. As propostas serão abertas no dia 23 de setembro.

Recorde-se que o empreendimento construído na década de 80, com um total de cerca de 500 condóminos, compreende quatro edifícios de escritórios e habitação, para além do centro comercial que dá o nome ao conjunto localizado na Boavista e que ocupa uma área de 9172 metros quadrados. 

De acordo com José Barros de Oliveira, administrador judicial que tem o processo em mãos, esta venda “não pode ser dissociada do plano de pormenor que a autarquia aprovou para o empreendimento”, pelo que “o comprador tem que estudar o licenciamento”, disse.

A área do plano “abrange o conjunto edificado do Dallas, composto por cinco edifícios contíguos e ligados funcionalmente entre si”, e “ainda as infraestruturas viárias adjacentes, nomeadamente a Rua e o Largo do Engenheiro António de Almeida”.

Nova vida para o Dallas?

O espaço comercial, que foi o segundo grande centro comercial a surgir no Porto, depois do Brasília, na rotunda da Boavista, encerrou portas em 1999, num processo envolto em alguma polémica. 

Não obstante, a autarquia decidiu, em 2015, aprovar um plano de pormenor para o empreendimento. Este inclui a recuperação do espaço afeto ao Centro Comercial Dallas, bem como a redução do montante devido em taxas pelos proprietários, que passou de 5,5 milhões para 1,5 milhões de euros.

O projeto em causa, segundo Carlos Loureiro, administrador da AndarGest, empresa responsável pela gestão do condomínio do empreendimento, representa um investimento estimado de 30 milhões de euros “apenas para a remodelação do centro comercial”. Este implicaria a demolição do interior do edifício e o redimensionamento da área comercial. 

Segundo o plano de pormenor, será criado um “polo comercial” com cerca de 15 mil metros quadrados de construção, enquadrado pelas diversas unidades hoteleiras de quatro e cinco estrelas que rodeiam o espaço, capaz de gerar entre 900 a 1200 postos de trabalho, diretos e indiretos. 

Tanto quanto o PÚBLICO Imobiliário conseguiu apurar junto de fonte ligada ao processo, existem já investidores interessados neste projeto. Porém, Carlos Loureiro salienta que não existe “qualquer evolução” e o projeto “está em fase de estudo”, até pela “conjuntura do mercado imobiliário”, pelo que o valor do investimento pode não ser o estimado.

Por seu turno, as torres C e D pertencem a uma miríade de proprietários. À torre C está alocada essencialmente a utilização de escritórios, enquanto na torre D estavam localizados os antigos cinemas.

O plano de pormenor aprovado pela autarquia prevê “a articulação do espaço público com a envolvente, criando novas ligações pedonais que valorizem a área e eventuais demolições que permitam a melhoria das condições de penetração e interação entre a Avenida da Boavista, o largo e a rua Eng.º António de Almeida”. Está ainda prevista “a promoção de usos que implementem mais dinâmica nesta área e que se adaptem a característica da zona, que se distingue por concentrar comércio e serviços”.

Fonte: Público

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