Para satisfazer a procura, aquela empresa, que até ao ano passado realizava uma média de dois leilões mensais, está actualmente a organizar quatro eventos por mês em Lisboa e no Porto e prepara-se para lançar leilões em várias outras cidades (Aveiro e Maia, por exemplo) já no final desta semana.
"A maioria das casas que estão a ir a leilão são fruto do incumprimento no pagamento de créditos, embora tenha também aumentado o número de particulares que nos contactam directamente para venderem as suas casas desta forma", revela Pedro Girão, administrador da Euro Estates, empresa que ontem à tarde levou 59 imóveis a licitação.
"O valor mínimo da licitação dos imóveis é fixado pelo banco, com base numa avaliação da casa e tendo em conta o valor de mercado da mesma", explica Pedro Girão, acrescentando que o preço pelo qual a casa vai a leilão é sempre inferior ao valor do mercado "para atrair os eventuais compradores, já que caso contrário não haveria vantagem". O montante do desconto depende de vários factores mas, em média, ronda os 15 por cento.
Cada leilão tem cerca de 60 imóveis para licitação e, à semelhança do que ocorreu no evento de ontem, são vendidas entre 50 e 60 por cento dos imóveis que estão em oferta.
Pedro Girão afirma que não se tem verificado um aumento do número de casas oferecidas em cada leilão, mas sim no número de leilões que são realizados mensalmente.
A Linha de Sintra tinha uma forte representação na oferta de casas para venda no leilão de ontem, com um T3 em São Marcos à venda por 50 mil euros a ser um dos negócios mais disputados da tarde, acabando por ser arrematado por 76 mil euros.
Mas o grande negócio foi um T3 em Vila Franca de Xira com 151 m2, que foi à praça por 86 mil euros e acabou por ser vendido por 150 mil euros. Os imóveis que não foram vendidos no leilão continuam à venda no site da empresa, durante sete dias, por um preço entre 5% e 10% superior ao valor de licitação.
BONS NEGÓCIOS EM TEMPO DE CRISE
A média do valor-base de licitação das casas ontem levadas a leilão pela Euro Estates rondava os 50 mil euros. Mas havia casas mais baratas à venda. Por exemplo, um T1 em Torres Vedras foi vendido por 37 mil euros.
Por 26 mil euros, era possível comprar um apartamento de três assoalhadas no Barreiro - a casa mais barata em catálogo e que, no entanto, ficou sem comprador. Trinta e seis mil euros era o preço-base de um T2 (apartamento de dois quartos) no Cacém.
PARTICULARES COMPRAM MAIS CASAS PARA ARRENDAMENTO
Os leilões de imóveis estão a ser mais procurados por particulares em busca de uma oportunidade de fazerem um bom negócio de compra para posteriormente arrendarem e conseguirem um rendimento extra.
"Antes, estes leilões eram muito procurados por investidores que compravam aqui abaixo do valor do mercado, davam um arranjo às casas e voltavam a vender com um lucro interessante. Agora temos verificado uma maior afluência de particulares que procuram comprar mais barato, mas para depois arrendarem as casas", revelou Pedro Girão, administrador da Euro Estates.
Entrevista do Correio da Manhã a Luís Lima
"SECTOR ESTÁ AGORA PIOR": Luís Lima Presidente da APEMIP
- Os leilões são uma forma eficaz de vender casas?
- Há que ter em atenção que não há negócios do século. Cerca de 90% das vendas do sector ainda são pelos canais tradicionais. Normalmente as casas a leilão são propriedade do banco, que depois oferece melhores condições de crédito.
- O sector do imobiliário está a recuperar?
- Estamos agora pior e, se daqui a três meses não houver soluções para o sector, surgirão problemas com implicações para a economia.
- Arrendar é uma boa opção?
- Há cada vez mais pessoas a optarem por isso mas só se vê o valor das rendas aumentar.
Fonte: Correio da Manhã
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