Ainda que os volumes de absorção no 1º semestre de 2012 (de 6,2 milhões de m²) se mantenham 17% abaixo dos registados no período homólogo devido a um início de ano fraco, continuam cerca de 20% acima da média dos últimos 10 anos e apenas 5% abaixo da média dos últimos 5 anos. Este último período inclui quatro anos de atividade de ocupação em expansão, refletindo mudanças estruturais subjacentes que motivaram uma procura forte neste setor.
A atividade de ocupação manteve-se desequilibrada na Europa e em vez de movimentos num sentido, foi registada atividade quer em sentido decrescente quer crescente no 2º trimestre. Os volumes semestrais abrandaram em muitos mercados face aos primeiros seis meses de 2011, com exceção da França (+32%), Holanda (+40%) e, surpreendentemente, da Itália (+7%) e da Espanha (+6%). Em termos absolutos, a Alemanha conquistou uma vez mais a medalha de ouro com quase 2 milhões de m² arrendados, ainda que o abrandamento da atividade no 2º trimestre (-27%) tenha levado a um declínio de 22% nos primeiros seis meses de 2012.
“Num período dominado pela turbulência na Zona Euro e a incerteza no crescimento económico global a atingir o volume de exportações, não é surpresa que os ocupantes logísticos tenham começado a adotar uma abordagem mais cautelosa. Ainda assim, a ainda forte atividade registada nos meses recentes sustenta a visão da Jones Lang LaSalle de que as mudanças estruturais no setor requerem que os realinhamentos da cadeia sejam encetados o mais cedo possível. Não faz sentido em adiar as decisões imobiliárias quando isso implica perder competitividade devido a uma capacidade de resposta inadequada em termos da cadeia de distribuição”, comenta Paul Betts, Head de Logistica & Industrial na região EMEA na Jones Lang LaSalle. “Ainda assim, a crescente cautela dos ocupantes no contexto de um crescimento económico incerto irá caracterizar os mercados de ocupação nos próximos meses. Os ocupantes considerarão as suas opções de forma muito cuidadosa e em muitos casos podem preferir a renovação dos atuais contratos de arrendamento ou optar por espaço funcional usado e com contratos mais curtos – que lhes oferece a flexibilidade de mudar de instalações mais rapidamente logo que a situação económica melhore”, acrescenta.
A nova oferta concluída alcançou os 1,4 milhões de m² no 2º trimestre de 2012, menos 5% do que no trimestre anterior. Não obstante estarem 44% acima do período homólogo, os volumes semestrais continuam mais de 20% abaixo da média dos últimos 5 anos, refletindo a crescente cautela e a dificuldade em conseguir financiamento para a promoção. Ainda assim, a área logística em construção até final de junho continuou a crescer, para os 5,3 milhões de m², o volume mais elevado desde o final de 2008, motivada pela atividade transacional de projetos feitos à medida.
Numa análise mercado a mercado, a atividade de promoção manteve-se desigual. Os volumes foram uma vez mais liderados pela Alemanha, onde a área em construção superou os 1,8 milhões de m² no final de Junho, mais 67% do que no trimestre anterior. Seguem-se a Rússia (750.000 m², -10% em termos trimestrais), França (715.000 m², +43% em termos trimestrais) e Itália (520.000 m², -3% em termos trimestrais).
“Com grande parte da nova promoção a ser desenvolvida em projetos feitos à medida, as taxas de disponibilidade atuais manter-se-ão baixas de forma geral. Isto deverá refrear a ocupação nos próximos meses devido ao maior tempo envolvido no desenvolvimento desses projetos comparativamente à oferta especulativa ou a instalações usadas. Isto poder gerar a oportunidade de reduzir os níveis de espaços usados de boa qualidade disponíveis em stock, se os proprietários estiverem preparados para rever as rendas em baixa para tais imóveis – apesar dos ocupantes considerarem arrendar este tipo de espaço apenas com contratos de curto-prazo”, disse Alexandra Tornow, Head de Logistics & Industrial Research para a região EMEA da Jones Lang LaSalle.
Com uma crescente cautela e uma pressão renovada sobre os custos, as rendas logísticas prime têm estado sob pressão desde início do ano. A maioria dos mercados registaram níveis de rendas estáveis no 2º trimestre de 2012, contudo, o índice pan-europeu da Jones Lang LaSalle exibiu o seu resultado menos impressionante em mais de 18 meses, com um declínio homólogo de 0,9%.
“A maior cautela de ocupantes e promotores nos meses mais recentes significou que qualquer crescimento de rendas nos últimos 12 meses foi conduzido pela redução da oferta. O potencial para um novo crescimento no 2º semestre do ano é agora limitado – com a Alemanha e Moscovo a serem potenciais candidatos –, e as rendas deverão manter-se geralmente inalteradas na maioria dos mercados”, disse ainda Alexandra Tornow.
No 2º trimestre de 2012, as rendas prime continuaram a mover-se em várias direções em termos anuais. Exibiram crescimento na Antuérpia (+2,1%), Berlim (+4,4%), Bruxelas (+9,8%), Dusseldorf (+3,8%), Frankfurt (+1,7%), Hamburgo (+1,9%), Munique (+5,0%) e Roterdão (+1,6%). Decresceram, ao mesmo tempo, em Amesterdão (-2,7%), Barcelona (-3,7%), Londres (-3,6%), Madrid (-6,7%), Manchester (-4,5%) e Praga (-0,5%).
Fonte: JLL
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