O deputado do PSD Paulo Batista Santos questionou a AdC, em Julho, sobre eventuais práticas irregulares do sector bancário na venda de imóveis, depois de a Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de Serviços e Produtos Financeiros (SEFIN) ter dito no Parlamento que os bancos estavam a fazer concorrência desleal na venda de imóveis em condições excepcionais, ao darem financiamento aos que têm nos seus balanços, enquanto dificultam o crédito nos restantes.
Também as imobiliárias têm vindo a queixar-se da discriminação do financiamento pelos bancos consoante o dono das habitações.
Em resposta ao deputado social-democrata, a entidade liderada por Manuel Sebastião afirmou que "não é possível concluir pela existência de indícios que preencham qualquer um dos tipos legais de práticas restritivas da concorrência referidos no que respeita ao funcionamento do mercado de crédito imobiliário".
A Autoridade da Concorrência disse que já no final de 2011 ouviu várias estruturas ligadas à construção e mediação imobiliárias para esclarecer "comportamentos alegadamente imputados a algumas instituições de crédito", que estariam a facilitar o acesso dos consumidores o crédito à habitação para imóveis que lhes pertenciam (e que normalmente lhes chegavam através da dação em cumprimento ou execução de hipotecas), dificultando o acesso aos restantes. Então, escreve a AdC na carta ao deputado social-democrata, "não se apurou a existência de indícios de práticas restritivas" tendo em conta as tipificadas na legislação.
Além disso, não existindo "indícios de actuação concertada" entre os bancos ou "abusos de posição dominante", a AdC afirma que "não compete à Autoridade pronunciar-se sobre o comportamento individual adoptado pelos operadores num qualquer mercado, nem sobre a política comercial desses operadores", nem tão pouco "arbitrar conflitos entre consumidores e operadores ou pronunciar-se sobre eventuais situações de tratamento diferenciado no acesso a determinados bens ou serviços".
Fonte: CM
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