08 dezembro 2012
Em defesa do preço das casas
A avaliação bancária dos imóveis baixou 6,1% no último ano, em Lisboa valem em média menos 15% desde 2010 e nem mesmo o segmento de luxo escapou, já que em dois anos perdeu cerca de 30%. Desde 2005 a desvalorização dos imóveis foi de 25%.
Qual será a principal razão para esta queda se na verdade não se registou qualquer bolha imobiliária em Portugal? Serão os leilões? Não parece, pois estes representam menos de 10% das transações. Será porque os bancos estão a dinamizar o mercado com a venda dos imóveis que possuem? Também não parece, pois as vendas dos Bancos, no total, não representarão mais do que um quinto dos negócios. Serão os promotores que estão a tentar vender ao desbarato? Alguns estão a reduzir os preços, mas não de forma significativa. Serão os particulares que em situação mais difícil, alguns desempregados, necessitam de mudar de casa e pressionam o mercado com vendas rápidas? Também acontecerá, mas o número de transações parece ser reduzido.
Então qual será a principal razão porque, por muito que todos se esforcem, os números são os acima referidos? Talvez a explicação seja simples e radique no que se aprende em economia … na lei da oferta e da procura. O mercado vive uma “ditadura da procura” que, face às dificuldades vividas por todos, é uma procura reduzida e muito seletiva. A oferta é abundante e por mais que todos queiram lutar contra o inevitável, os mediadores precisam de intermediar, os promotores de vender e os particulares precisam de ter onde viver, mas têm os seus rendimentos em queda.
Não vale a pena procurar outros responsáveis: a procura diminuiu e os preços baixaram. E vão continuar a baixar já que é consensual que, sobretudo em alguns segmentos específicos, o ajuste efetuado ainda não reanimou o mercado. A boa notícia é que as taxas de juro permanecem baixas e por isso, em condições adequadas. Talvez seja altura de pensar em comprar casa se tem poupança acumulada. Ainda não se sabe quando o mercado começará a dar a volta mas… depois poderá ter perdido uma boa oportunidade de se tornar proprietário, senhorio ou ter uma casa nova adequada às suas necessidades e possibilidades de investimento.
Por José Araújo, Millennium BCP
Fonte: Público
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