09 maio 2013

CBRE: Aumento de 11% no investimento imobiliário europeu face ao primeiro trimestre de 2012


Segundo o mais recente estudo da consultora imobiliária global CBRE, o investimento imobiliário comercial na Europa aumentou 11% no primeiro trimestre de 2013 face ao trimestre homólogo do ano passado, com os mercados core a apresentar um forte desempenho e vários dos países mais atingidos pela crise do euro a mostrar acréscimo na actividade.
Segundo uma nota de imprensa enviada pela CBRE, o investimento no imobiliário comercial na Europa totalizou 29,4 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2013, em comparação com 26,5 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2012. 


Depois de um final forte do ano de 2012 seria de esperar que o investimento retrocedesse. Contudo, os níveis de actividade nos mercados core – Reinou Unido, França e Alemanha – aumentaram significativamente face ao primeiro trimestre de 2012, resultando num primeiro trimestre de 2013 mais forte do que o previsto.

Por comparação ao primeiro trimestre de 2012, explica a consultora que, a actividade de investimento aumentou 48% em França, 32% na Alemanha e 8% no Reino Unido. Também se registaram melhorias na actividade de investimento, ainda que partindo de um nível baixo, em vários dos países afectados pela crise do euro. A Irlanda, em particular, registou dois trimestres consecutivos de atividade de investimento acentuadamente mais elevada e, neste trimestre, Portugal e Espanha também mostraram subidas face ao primeiro trimestre de 2012. O investimento em imobiliário comercial em Itália aumentou 38% no último trimestre, mas registou uma grande quebra relativamente aos níveis do primeiro trimestre de 2012, embora tal se tenha devido a uma transação particularmente grande realizada no primeiro trimestre de 2012.

A melhoria do nível das expectativas nos países da zona euro repercute tendências de investimento noutras classes de activos, onde os investidores têm vindo a aumentar a sua exposição ao risco há algum tempo, continua a mesma fonte. Porém, salvaguarda a CBRE, no mercado de investimento imobiliário, é prematuro tirar demasiadas conclusões a partir da actividade de um trimestre, especialmente tendo em conta que o número de transações nestes países se mantém baixo.

De acordo com a CBRE, o sector de escritórios foi responsável pela maior quota da actividade de investimento na Europa, com 44% do total (12,9 mil milhões de euros) e a actividade de industrial registou um aumento para 13% (3,7 mil milhões de euros), muito à frente da média de cerca de 8% do sector. Já o investimento no sector de retail representou ligeiramente mais de um quarto da actividade do primeiro trimestre de 2013, tendo os níveis mais elevados sido registados no Reino Unido (2,4 mil milhões de euros) e na Alemanha (2,1 mil milhões de euros).

O aumento global da actividade de investimento imobiliário no primeiro trimestre de 2013 face ao período homólogo do ano passado está, segundo a consultora, em consonância com os resultados do inquérito da CBRE Real Estate Investor Intentions, realizado no princípio de Fevereiro de 2013, que registou que a maioria dos investidores tem a expectativa de ter um volume de aquisições em 2013 superior ao de 2012, com um número crescente a estimar gastar mais 20% do que no anterior. O inquérito da CBRE antecedeu as eleições italianas, a crise bancária do Chipre e os problemas com o último orçamento português. Contudo, os mercados financeiros ultrapassaram a generalidade destas preocupações e, consequentemente, o mercado imobiliário poderá fazê-lo também.

Em Portugal, a CBRE estima que o valor de investimento no 1º trimestre do ano tenha atingido os 115 milhões de euros, ou seja um montante superior ao total acumulado no ano transato. A transação mais relevante resultou na aquisição de 50% do CascaiShopping pela Sonae Sierra, em parte detida pelo grupo britânico Grosvenor, ficando a controlar a totalidade deste centro comercial. Para além desta transação, verificaram-se outros três negócios, os quais incluem dois edifícios de escritórios no CBD e um imóvel afecto à actividade turística no centro histórico de Lisboa. Com exceção da Sonae Sierra, os restantes investidores são de origem nacional.

Apesar de um maior interesse revelado pelos investidores estrangeiros em Portugal, os tradicionais fundos institucionais deverão manter uma posição de prudência face ao nosso mercado e em 2013 os compradores mais activos deverão continuar a ser investidores privados, family offices e investidores especializados.

Jonathan Hull, Director do Departamento de Capital Markets da região EMEA da CBRE, comenta: “com a Europa ainda em recessão, os investidores continuam a concentrar-se em mercados core, refletindo-se no desempenho de mercados como Londres, Paris e as cidades alemãs nos últimos meses. Há ainda sinais de que os investidores estão a analisar mais activamente os mercados do sul da Europa, dado que começam a procurar rendimento em vez de apenas preservarem o capital. O aumento dos níveis de confiança na economia da Irlanda conduziu a indícios de recuperação, com o país a registar o mais elevado nível de actividade desde o seu pico mais elevado em 2007”.

Fonte: Construir

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.