10 dezembro 2012

Leilões mais que duplicam mas leiloeiras colocam menos casas


Leilão no Salão Imobiliário de Lisboa
Bancos, promotores imobiliários, empresas institucionais e até particulares estão a recorrer cada vez mais aos leilões para escoarem os seus imóveis, o que tem levado as leiloeiras a realizarem mais eventos e com uma diversificação da oferta imobiliária.

Até final de novembro deste ano, a Uon e a Euro Estates - as duas principais leiloeiras a atuar no mercado português - realizaram mais do dobro dos eventos face ao ano anterior.

No conjunto, ambas realizaram 121 leilões de imóveis, um número bastante superior aos 55 de igual período do ano passado.

Embora tenham ocorrido mais eventos, as leiloeiras têm levado menos casas à praça. Este ano, ambas, colocaram 3500 imóveis quando no ano passado o número ascendeu a 4200.

"Pulverizámos a realização dos leilões organizando eventos com menos ativos, circunscritos a determinadas zonas e com maior regularidade", explicou Ana Luísa Ferro, diretora comercial da Uon, ao Dinheiro Vivo.

Apesar das leiloeiras terem realizado leilões com preços mais apelativos (superando, por vezes, descontos de 30%) o número de casas que são arrematadas tem-se mantido em cerca de 50%. Este ano, dos 3500 imóveis levados a leilão, as duas empresas do sector conseguiram vender 1700, ou seja, metade dos imóveis.

A conjuntura económica - desemprego mais elevado, restrições no acesso ao crédito, aumento dos spreads (margem de lucro das instituições financeiras) e o menor poder de compra - pode justificar que a taxa de concretização dos negócios se mantenha estável.

Em termos de valor, também se tem assistido a um decréscimo. A queda dos preços dos imóveis e as bases de licitação mais baixas, associadas à descida de casas arrematadas, justificam esta quebra.

A origem dos imóveis é diversificada mas, na sua maioria, continua a ser: banca, fundos e promotores imobiliários.

Os leilões têm sido uma ferramenta muito utilizada pelos bancos para escoarem os imóveis provenientes de crédito malparado e tudo aponta para que as instituições financeiras continuem a recorrer a este instrumento.

Relativamente à forma de pagamento, tudo depende do tipo de comprador. "Nos leilões, a maioria dos clientes particulares recorre ao crédito devido ao facto de os bancos proporcionarem produtos de crédito à habitação mais atrativos do que no mercado tradicional, com spreads mais baixos e empréstimos a 100%. Já os clientes investidores, muitas vezes, usam capitais próprios", afirmou Diogo Pitta Livério, diretor comercial da leiloeira Euro Estates, ao Dinheiro Vivo.

No próximo fim de semana, tanto a Uno como a Euro Estates realizam leilões de imóveis em Lisboa e no Porto.

Fonte: Dinheiro Vivo

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