A política da autarquia em promover a reabilitação do centro da cidade impulsiona a venda de prédios que são posteriormente recuperados. Um segmento estimulado, sobretudo, pelo investimento de particulares.
A aquisição de casas antigas no centro da cidade de Faro, para reabilitar e, posteriormente, vender ou colocar no arrendamento, é um dos negócios com alguma expressão neste mercado. Uma situação que é despoletada pelo facto de a Câmara Municipal de Faro contactar os proprietários de edifícios degradados, situados em zonas a proteger, propondo alternativas de utilização que conciliem a defesa do património com os interesses dos proprietários.
Na opinião de António Pedro Ferreira, consultor da RE/MAX Mercado, “neste momento há investimento na aquisição de imóveis, para recuperar e vender com alguma mais-valia”. Na sua opinião, o facto de o mercado de arrendamento ser bastante dinâmico, impulsiona o investimento na recuperação de imóveis do centro da cidade. Contudo a procura incide, especialmente, sobre imóveis de valor baixo, que rondam os 50 mil euros, constituído por casas de R/C e 1º andar, que se encontram abandonadas e emparedadas por decisão da autarquia. De acordo com António Pedro Ferreira, no mês de Janeiro, vendeu três prédios com estas características no centro da cidade de Faro. Os clientes são pessoas que querem aplicar as poupanças e investidores, o que permitem que estes grupos estimulem a reabilitação da cidade.
Na opinião de Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, o facto de em Faro não ter havido muita promoção imobiliária nova permitiu que agora a procura recaia sobre as casas usadas do centro da cidade promovendo a reabilitação. “O centro da cidade não tem muita oferta e, por isso, a procura para o arrendamento impulsionam a reabilitação”.
A autarquia de Faro tem um programa de apoio à reabilitação do centro da cidade, “que se inicia na prestação e disponibilização de informações sobre os direitos e deveres dos proprietários, demais titulares de direitos reais e arrendatários, no processo de reabilitação, nomeadamente, sobre as eventuais vestidores, promotores, financiadores, arquitetos, engenheiros, construtores, empreiteiros, fornecedores de materiais de construção, entre outros) com atividades relacionadas com reabilitação urbana, que ofereçam condições preferenciais de fornecimento de bens e serviços aos interessados, nas operações de reabilitação dos seus imóveis.
Peso dos fogos usados
O número de fogos para venda no concelho de Faro atinge as 545 frações, sendo que 61% são usados. De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário (CI), na freguesia da Sé localizam-se 200 destas frações em oferta, sendo que o peso dos imóveis usados é superior, atingindo os 66%. Nesta freguesia, parte significativa dos imóveis são T2 (30,8%) e T3 (40,3%). No resto das freguesias de Faro os T2 e T3 representam 20% e 25%, respetivamente. Contudo, as moradias até T3, com 20%, e as moradias T4 ou superior, com 19%, apresentam uma oferta interessante no concelho, embora sejam quase inexistentes no centro de Faro.
Ainda de acordo com o CI, em 2011, foram transacionados 543 fogos no concelho de Faro, sendo que parte significativa aconteceu na freguesia da Sé, ou seja, 243 imóveis.
Com um tempo de escoamento médio de 12 meses, a atual oferta de habitação, tanto nova como usada, no concelho de Faro vai esgotar-se nos próximos três anos. A procura incide, especialmente, sobre os fogos usados, sendo esta situação visível tanto na freguesia da Sé (62%), como no resto do concelho (58%).
Em relação ao mercado do arrendamento verifica-se que a oferta no concelho é quase inexistente, 24 frações, sendo que na freguesia da Sé é de apenas 11 casas. A renda média é, contudo, de cinco euros o m2.
Fonte: Público
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.