16 abril 2013

Grande Porto tem quase 13 mil edifícios degradados


O Grande Porto continua a ser a zona do país com mais casas degradadas, antes mesmo da Grande Lisboa ou do Algarve, divulgou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE) no relatório sobre reabilitação do parque habitacional entre 2001 e 2011. 

De acordo com estes dados - divulgados poucos dias depois de ali ter decorrido a Semana da Reabilitação Urbana com um total de 10 mil participantes - o Grande Porto tinha 12.766 edifícios quase devolutos em 2011. E a maior parte deles estão no Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos, três municípios que juntos têm quase 60% dos edifícios em mau estado naquela zona. 

Para os especialistas de mercado são várias as justificações para esta realidade. "A câmara de Lisboa tem sido um exemplo na criação de condições atractivas para a reabilitação e a câmara do Porto, apesar da reabilitação dos Clérigos ou das Cardosas, não tem esse tipo de incentivos", disse ao JN/Dinheiro Vivo, o presidente da APEMIP, Luís Lima. 

Um desses apoios é, por exemplo, o programa Reabilita Primeiro Paga Depois em que a autarquia da capital vende as casas devolutas para reabilitar, mas quem compra só paga quando as obras estiverem concluídas e o imóvel estiver pronto para habitar ou para ser colocado no mercado de arrendamento. 

No entanto, Luís Lima ressalva que para existirem estes apoios ajuda muito o facto de a câmara de Lisboa ser um dos maiores proprietários do país e que isso não só lhe dá escala como limita menos o seu raio de ação. 

"No Porto existem muitos edifícios antigos que estão em mau estado, principalmente na zona histórica e no centro da cidade, mas que não estão devolutos e ainda têm pessoas a viver e isso dificulta a reabilitação mais profunda e afasta os investidores", clarificou o responsável da Prime Yield, José Manuel Velez. 

Outra razão para o Grande Porto ter ainda tantas casas em mau estado é o facto do Porto ter menos capacidade financeira que Lisboa ou outras regiões, aponta o responsável de investimento da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, Luís Rocha Antunes."

O Porto começou a sentir dificuldades antes de começar esta crise, mas mesmo assim a Câmara já fez muitas obras. Agora o que é preciso é atrair investimento privado", disse. 

Menos edifícios em mau estado no país 
Apesar do Grande Porto continuar a ser a zona com mais casas degradas, entre 2001 e 2011 o número de edifícios em mau estado caiu 51,1% (menos 13576 edifícios) e em linha com o resto do país. Segundo o INE, os prédios muito degradados caíram 6% no mesmo período em todo o território nacional, e os que precisam de grandes reparações registaram uma descida de mais de 40%. 

Além disso, aumentaram os prédios sem necessidade de reparação, mais precisamente 34,8%, passando de 1,8 para 2,5 milhões de edifícios. 

Fonte: Dinheiro Vivo

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