Miguel vive em Lisboa e colocou o seu T1 à venda há mais de um ano e até agora ainda não conseguiu fazer negócio. Este impasse impede-o de cumprir o sonho de comprar uma casa com mais espaço para os seus dois cães. A história do Miguel, com mais ou menos nuances, é semelhante à de muitos portugueses que pretendem vender o seu imóvel.
Devido à crise económica, cada vez menos pessoas decidem comprar casa, não só porque têm dificuldade de aceder ao financiamento como também porque temem assumir mais compromissos financeiros num ambiente de crise e incerteza. É perante este contexto que os preços de venda das casas têm vindo a decrescer, enquanto que o tempo de espera até concretizar um negócio teima em aumentar.
Segundo dados do Eurostat, só no último trimestre de 2012, os preços das casas caíram 6% em Portugal. Já de acordo com dados recolhidos pelo Confidencial Imobiliário, em 2012 o tempo médio de espera para vender uma casa rondou os 16 meses. Ou seja, quase o dobro do tempo face aos sete meses necessário apenas cinco anos antes.
O Diário Económico foi falar com quatro especialistas do ramo das imobiliárias para explicarem como lidar com essa realidade e aumentar a probabilidade de encontrar um novo dono para a sua casa.
Para ilustrar a actual realidade do mercado imobiliário, Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) refere que "antes quem comprava casa é que tinha razões para sorrir, mas o paradigma mudou. Hoje em dia, quem sorri é quem consegue vender".
Uma das razões apontada por vários especialistas para que o processo até à venda se estenda resulta do grande desequilíbrio que existe entre oferta e procura de imóveis. "O aumento da oferta levou à possibilidade de alargar o tempo de escolha (esperando sempre encontrar uma melhor oportunidade) e protelar a decisão nessa mesma escolha", alerta David Carapinha, agente da RE/MAX New Cycle.
Desta forma, Miguel Poisson, director-geral da ERA Portugal, alerta que "devido à situação actual, o esforço na venda da casa tem de ser necessariamente maior. A forma como a casa é colocada no mercado tem de ser diferenciadora e que permita chegar ao máximo de compradores possível".
Neste contexto, os especialistas são unânimes em destacar o "preço justo" como um dos factores mais determinantes para a realização de um negócio mais rápido e em melhores condições. Mas existem outros aspectos que devem ser tidos em conta. No texto ao lado pode ficar a conhecer sete exemplos.
Fonte: DE
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