14 maio 2013

Setor industrial e logístico da CBRE com quota recorde no investimento imobiliário europeu


De acordo com os dados recentemente divulgados pela CBRE, o investimento no setor industrial e logístico representou uma quota recorde de 13% do total de investimento imobiliário comercial na Europa durante o primeiro trimestre de 2013, um valor muito superior à média de longo prazo 8%.
A CBRE registou 3,7 milhões de euros transacionados no primeiro trimestre de 2013, sendo este o nível mais elevado registado desde a crise financeira global. Posicionaram-se 28% acima da média trimestral de longo prazo de 2,9 mil milhões de euros.

Assim, a forte atividade registada durante este trimestre reforça o recente inquérito da CBRE Real Estate Investor Intentions Survey, que destacou a logística como a segunda classe de ativos mais procurada em 2013 a seguir aos escritórios.

Durante este período, Alemanha e França foram os três mercados mais ativos, com 2,27 mil milhões de euros transacionados entre si, constituindo mais de 60% do mercado europeu neste trimestre.

A região da Europa Central e de Leste, por sua vez, nomeadamente Polónia e Rússia, que, considerando a dimensão da economia e população, apresenta uma dramática escassez de oferta de imóveis de qualidade na área da logística, também registou elevados níveis de atividade.

A CBRE acredita que vários fatores indicam que o setor industrial e logístico da Europa está a passar por uma fase de mudança estrutural, tornando-se numa classe de investimento institucional estabelecida, como os escritórios e centros comerciais.

De acordo com a consultora, os resultados deste trimestre foram bastante influenciados pela transação de 1,2 mil milhões de euros, em que o Norges Bank Investment Management (NBIM) comprou uma participação de 50% no portefólio europeu da Prologis, e deverá realizar mais aquisições no setor através do veículo de joint venture.

Iryna Pylypchuk, Associate Director do Departamento de Research and Consulting da região EMEA da CBRE, afirma que «até agora os fundos soberanos têm-se concentrado principalmente em escritórios e centros comerciais quando investem em imobiliário na Europa. O NBIM é o primeiro fundo soberano a realizar um investimento direto tão significativo no setor industrial e logístico na Europa». Considera que «é um exemplo particularmente notório de uma tendência continuada, com muitas instituições, como fundos de pensões e companhias de seguros a aumentar a sua afetação ao setor, demonstrando forte confiança na futura importância estratégica do setor».

James Markby, Diretor do Departamento de European Industrial and Logistics Investment da CBRE, comenta que «os ativos de qualidade no setor industrial e logístico estão perfeitamente posicionados para atrair interesse de investimento no atual panorama económico».Segundo ele, «há já vários anos que a promoção imobiliária neste setor tem sido muito reduzida, o que gerará uma situação de escassez de oferta ainda maior do que a atual. Esta situação proporciona potencial de crescimento do valor das rendas em localizações estratégicas, bem como de compressão das yields, dado que, em nossa opinião, o setor ainda está subapreciado e registará mais variações estruturais nas yields dado que se tornará uma opção dominante para as instituições». Acrescenta, ainda, que «as tendências de comércio eletrónico continuam a gerar mudanças no perfil do setor logístico, que deverá desempenhar um papel com crescente importância no mundo do retail futuramente».

Conclui que «esta situação, juntamente com as características defensivas dos ativos core do setor logístico, deverá começar a alimentar transações de investimento em 2013 e no médio prazo».

Por sua vez, Tim Seconde, Associate Director do departamento de Capital Markets da CBRE Portugal, considera que «o segmento de logística em Portugal foi sempre considerado um setor relativamente secundário e de menor dimensão, comparativamente com os restantes segmentos imobiliários». Afirma que «no curto prazo é expectável que à semelhança dos últimos anos, a atividade neste setor se mantenha bastante limitada, com um volume total de transações relativamente baixo. Os investidores mais ativos na Europa, neste segmento, estão principalmente focados nos mercados mais maduros como o Reino Unido, Alemanha e França».

No que diz respeito a Portugal, conclui que «verifica-se uma procura mais orientada para o setor de escritórios e reabilitação. No entanto, começam a surgir algumas boas oportunidades de investimento no segmento logístico. Gradualmente os investidores institucionais irão voltar ao nosso mercado e, devido às preocupações com o desempenho do setor do retalho, com a redução do poder de compra, o setor logístico irá certamente apresentar-se como uma oportunidade atrativa e segura».

Fonte: VI

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