Elisa Chuang nasceu em Taiwan e é a cara da Century 21 para a venda de casas a investidores chineses. É na loja situada na Praça de Espanha, em Lisboa, que a rede imobiliária centra a atividade junto a este segmento, cuja procura tem crescido de tal forma que já justifica uma atenção especial da parte das mediadoras.
Na agência “há quatro pessoas exclusivamente dedicadas ao segmento de clientes chineses”, adianta ao Dinheiro Vivo Elisa Chuang, sócia gerente da loja e ponte de ligação com a China, onde ainda tem família, em Taiwan, e para onde viaja com regularidade. Ainda não há negócios concretizados com investidores chineses, mas as expectativas são elevadas. “Das perspetivas que temos tido, cerca de 40% dos clientes são investidores chineses que procuram boas oportunidades de negócio e 60% são chineses residentes em Portugal”, adianta. Mas acrescenta: “A tendência atual demonstra um aumento de procura de investidores, por isso estes indicadores irão inverter-se”.
Nas outras duas principais redes imobiliárias em Portugal também se nota igual preocupação com este mercado, mas a forma de atuação é diferente. A loja da Era na Expo - onde se concentra a maioria da procura dos investidores chineses - contratou um “consultor imobiliário de nacionalidade chinesa”, adianta o gerente, Mário Feliciano. Já na Remax “alguns agentes portugueses estão desde há alguns meses a desenvolver o mercado, através da visita a feiras de imobiliário na China, criando contactos locais para divulgação do mercado português como opção de investimento”, diz Vasco Manaças, diretor da Remax Central. Foi ele que, nos últimos dois meses, foi três vezes à China e que garante que lá as redes locais têm feito também promoção da oferta imobiliária disponível.
Vasco Manaças diz sentir uma maior procura desde o final do ano passado. Para isso poderá ter contribuído o golden visa, mecanismo anunciado em novembro de 2012 pelo Executivo como forma de aumentar o investimento no país e no qual, ao comprar imóveis no valor de 500 mil euros é garantido um visto de residência em Portugal.
A portaria que regula este mecanismo só foi aprovada em fevereiro, por isso, diz Manaças, “é muito cedo para começar a fazer estatísticas”. “Julgo que ainda só foram atribuídos uns 100 golden visas e não são todos para chineses. Mas há, de facto, um potencial e perspetivas interessantes”, comenta o responsável da Remax. E acrescenta: “Temos já um pipeline de muitos clientes e visitas marcadas e já fizemos mais de 100 contactos que vamos ver como correm.” Resultados? “Até agora fizemos poucas e pequenas operações.”
Na Era o aumento da procura da parte dos investidores chineses tem-se feito sentir desde setembro, “essencialmente em transações superiores a 500 mil euros”, afirma Mário Feliciano. “O golden visa tem contribuído claramente para a crescente procura e para a conclusão de vários negócios já realizados com investidores chineses”, garante o gerente da loja da Era, sem revelar quantos negócios foram já concluídos por esta via, ou as receitas para a imobiliária. Os interessados são “maioritariamente investidores chineses, que representam 80% da procura”, diz.
Lisboa, Cascais e Algarve são as zonas do país onde os investidores chineses têm manifestado maior interesse. E as imobiliárias estão a afinar as ferramentas para transformar o potencial que veem neste mercado em negócio efetivo. Na Era, a loja da Expo vai editar a revista Exclusive Lisboa Oriental Parque das Nações em mandarim. E na Century 21 estão também a finalizar uma “revista promocional em mandarim, com cerca de dois mil exemplares de tiragem, para atrair mais negócios”, diz Elisa Chuang. O site também vai ser traduzido para promover o negócio.
Fonte: Dinheiro Vivo
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