Na opinião de Ricardo Ferrão, consultor da Habisale Imobiliária, “há procura de usados por parte de investidores que depois de remodelados colocam novamente em venda”. No caso dos imóveis novos, na sua opinião, a maior saída verifica-se em empreendimentos onde os construtores têm acordos de financiamento privilegiados com a banca, com valores de spread mais baixos.Nuno Cerejo, gerente da imobiliária PMC, é de opinião, “que o que se vende mais é o novo e que tenha um protocolo de financiamento com a banca”.
Refira-se que, neste momento, muitos dos construtores estão ainda a terminar as últimas fases de alguns dos empreendimentos iniciados há vários anos, mas que devido à crise retardaram a conclusão. “São casas de boa qualidade, com bons acabamentos e que apresentam preços interessantes”, diz Nuno Cerejo.
Na sua opinião, esse facto permite que o cliente possa ainda escolher o tipo de acabamentos, o que é uma grande mais-valia para quem procura uma casa nova.
Oferta nova com expressão
O concelho de Odivelas apresenta, atualmente, 3149 fogos para venda, sendo que perto de 1700 estão localizados na freguesia sede.
De acordo com a Confidencial Imobiliário (CI), o imobiliário novo tem grande peso na oferta total, demonstrando que esta foi uma das zonas da Grande Lisboa onde a construção de empreendimentos teve grande impacto na última década. Assim, no caso do concelho de Odivelas, 44% são fogos novos, contra 56% de usados. Predominam, especialmente, apartamentos de tipologia T2 (41%), e de T3 (36%), enquanto as tipologias T1 e os apartamentos e moradias de gamas superiores apresentam uma oferta escassa. No caso da freguesia de Odivelas a situação repete-se.Com um tempo de escoamento médio de 10 meses, verifica-se que em 2011 foram vendidos mais de 700 imóveis no concelho, sendo que 370 foram transacionados na freguesia de Odivelas.
Com uma taxa de absorção de 18,4%, a atual oferta do concelho tem previsto um período de escoamento médio de mais de cinco anos. Visível é o facto de os preços médios estarem a sofrer quebras significativas, especialmente no caso dos imóveis usados. De acordo com o CI, os valores de descontos na venda dos imóveis usados atinge os 20%, enquanto nos imóveis novos ronda os 10%.
Investidores recuperam casas para o arrendamento
Odivelas é um dos concelhos próximos da cidade de Lisboa, sendo, por isso, uma das zonas onde a procura de uma habitação para arrendamento é grande. Na opinião de Ricardo Ferrão, da Habisale, há investidores que compram casas para colocar no mercado do arrendamento. Contudo, “procuram tipologias com preços entre os 50 a 60 mil euros, promovendo pequenas obras de remodelação, e depois arrendam”.
Refira-se que a procura de casas para arrendamento aumentou no último ano e o valor das rendas também acompanhou essa situação. De acordo com os dados da CI, os valores de renda pedidos rondam os 6,1 euros/m2, no concelho, enquanto na freguesia de Odivelas chegam aos 6,2 euros/m2.
Contudo, na opinião dos mediadores contatados, a oferta de casas para o arrendamento aumentou bastante nos últimos meses, devido à maior dificuldade em vender, o que faz com os arrendatários sejam mais exigentes na negociação dos valores de renda e também das condições das casas.
Na opinião de Nuno Cerejo o mercado do arrendamento está a funcionar bem. Já o arrendamento com opção de compra é uma solução que está a ser praticada, especialmente, em empreendimentos com preços de venda mais elevados. No primeiro trimestre deste ano, de acordo com a CI, o número de fogos para arrendar no concelho era de 286, sendo que 143 se localizavam na freguesia de Odivelas.
Fonte: Púublico
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