Nas carteiras dos bancos os imóveis do segmento não habitacional pesam cada vez mais, já que o stock de habitação vai rodando, com o aumento das vendas e com mais opções ao nível da recuperação e renegociação com os particulares em dificuldade.
Assim, o mercado denota a necessidade de um aumento de especialistas no mercado não residencial em todo o país e para imóveis de valor médio e baixo, já que em Lisboa e Porto e para as maiores transações, existem mediadoras imobiliárias que cobrem adequadamente e em quantidade suficiente, esse segmento de mercado.Cremos que muito ainda pode ser feito nestes segmentos não habitacionais. As mediadoras que tanto têm vindo a procurar reforçar parcerias com a banca, podem ter aqui uma excelente oportunidade.
Após o investimento inicial em formação e identificação dos intervenientes nestes segmentos de mercado, estamos convictos de que também nestes segmentos se alargará o mercado para a mediação imobiliária e se descobrirão novas oportunidades criadas pela crise económica.
Por um lado, há empresas nacionais que apesar do abrandamento económico estão a exportar mais, a ganhar quota de mercado e que podem por isso precisar de novos armazéns (maiores ou em novas localizações), presença comercial em novas localidades ou mesmo de deslocalizar a sua unidade industrial.Por outro, a crise económica leva algumas empresas a racionalizar os espaços utilizados, para diminuir custos e até substituindo arrendamentos mais caros por leasings mais adequados.
O aumento do número de desempregados e a dificuldade em encontrar o 1º emprego para os recém-licenciados, também tem aguçado o apetite para um crescimento do empreendedorismo e para o lançamento de projetos próprios, para o que são necessárias novas instalações. Também na agricultura se vai assistindo a alguns regressos à atividade e a novos investimentos.
Será que o setor da mediação imobiliária está a aproveitar devidamente estas oportunidades? Ou tem resistido a entrar nestes segmentos já que o investimento necessário e o tempo para fechar o negócio, tende a ser mais demorado que no mercado da habitação?
Por José Araújo, Diretor do Millennium BCP
Fonte: Público
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