Más notícias para o sector financeiro português. De acordo com a Fitch, a deterioração da qualidade dos ativos vai continuar a verificar-se no próximo ano. Ainda assim, a agência de notação financeira espera que a economia nacional saia da recessão no próximo ano.
"A deterioração da qualidade de ativos, o maior risco para os bancos portugueses, deverá continuar em 2014. Acreditamos que a qualidade dos ativos vai continuar a sofrer durante algum tempo devido ao efeito de atraso, apesar de esperarmos que a economia saia da recessão no próximo ano", revela a Fitch.
Empréstimos às PME, aos sectores da construção, imobiliário e do consumo interno têm registado uma elevada deterioração nos últimos 18 meses, constata a agência. "Esperamos que estes segmentos continuem vulneráveis, especialmente porque esperamos que o PIB de Portugal recue 2,6% em 2013 e cresça uns meros 0,2% em 2014", revela.
A agência de notação sublinha que "os empréstimos à habitação têm aguentado bem considerado o ambiente difícil, e apesar de algum enfraquecimento", mas avisa que "estão em risco devido ao crescimento acima do esperado do desemprego". A Fitch estima que taxa de desemprego atinja os 18,5% em 2014.
"Os grande bancos portugueses que acompanhamos - CGD, BCP, BPI e Santander Totta - registam um elevado risco de concentração, que poderá representar um risco se os grandes créditos tiverem problemas. No entanto, a maior parte da exposição tende a estar nas grandes empresas domésticas privadas e nas utilities que, até agora, têm-se revelado resilientes", diz a Fitch.
A agência deixa ainda mais um aviso: "Esperamos que o crédito em incumprimento aumente em 2013 e 2014, apesar de a um ritmo inferior se a recessão económica retroceder". A concretizar-se, este aumento terá "reflexo nas imparidades para crédito uma vez que os bancos querem manter os rácios estáveis".
Estas imparidades, juntamente com a pressão sob a margem financeira, vão "ameaçar as receitas" e apenas será anuladas por "oportunidades com operações de compra e venda, pela atividade internacional e pela redução de custos". A Fitch sublinha ainda o risco de "alastramento destas imparidades a outros ativos, como o imobiliário, ainda que, ao contrário de outros países europeus, Portugal não tenha registado uma bolha imobiliária, ao mesmo que as autoridades têm acompanhado desde 2011 os balanços dos bancos".
A Fitch admite que "o sistema bancário português melhorou em termos de capitalização e está a equilibrar a sua estrutura de financiamento" mas alerta que "continua vulnerável a desenvolvimentos macroeconómicos e soberanos adversos".
A agência relembra que a recente demissão do ministro das Finanças e do sai-não-sai de Paulo Portas "provocou uma elevada volatilidade no mercado e muita incerteza".
Em jeito de conclusão, a Fitch considera que "o nosso cenário base aponta para que a implementação do programa de ajustamento vai continuar no caminho certo".
Mais, "a estabilização sustentada da economia e a situação política em Portugal poderá ajudar na melhoria dos ratings de viabilidade dos dois bancos com os melhores perfis financeiro e de risco: BPI e Santander Totta".
Fonte: Dinheiro Vivo
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