Os valores de venda das casas não estão a recuperar apenas em Lisboa e Porto. No top 5, onde a recuperação acontece a dois dígitos, três cidades são no Algarve. Dados apurados pela Confidencial Imobiliário considerando a evolução do preço de venda das casas entre 2009 e o 3º trimestre de 2015 em 110 concelhos nacionais, mostram que os valores estão a recuperar em todo o país e que a retoma já não é apenas uma realidade circunscrita aos principais centros urbanos.
Lisboa, apesar de integrar os cinco concelhos nacionais onde a recuperação dos preços está a acontecer a um ritmo mais intenso, não lidera a lista, que surge encabeçada por Olhão. Estes dois concelhos, a par de Cascais, Albufeira e Faro completam o top 5 nacional onde a recuperação dos preços está a mostrar-se mais promissora, estando mesmo acima dos dois dígitos. Neste conjunto de cinco cidades, os preços apresentam recuperações que variam entre 10% e 17% face ao pico mais baixo registado em cada mercado.
E numa análise mais abrangente, conclui-se que em mais de 100 dos 110 concelhos (mais concretamente em 102) analisados em todo o país, o preço de venda das casas já está a recuperar face ao mínimo atingido em cada caso, com evoluções positivas e, em muitos casos, bastante expressivas. Em 33% desses 102 concelhos, a recuperação é superior a 5%, chegando mesmo a atingir um máximo de 17%. Nos restantes concelhos, a recuperação varia entre 1% e 4%. Apenas 8 concelhos dos 110 considerados por todo o país (em Portugal Continental) não registaram uma evolução positiva deste indicador, embora também não apresentem desvalorização face ao que terá sido o ponto mais baixo dos preços das casas. Nestes casos, a variação face ao pico mínimo do mercado é hoje nula, sendo que entre estes oito concelhos, seis integram a Área Metropolitana de Lisboa, nomeadamente Alcochete, Almada, Loures, Amadora, Mafra e Vila Franca de Xira. Completam a lista de oito, a Trofa e São João Madeira.
Boas noticias para o mercado imobiliário, que enfrentou anos difíceis, como também mostram estes dados. A Confidencial Imobiliário dá conta de quedas (entre o ponto máximo e o mínimo atingido pelo Índice Ci em cada concelho entre 2009 e 2015) de dois dígitos nos preços das casas, sendo que em quase metade destes concelhos estas quedas superaram mesmo a casa dos 20%, atingindo um máximo de 33%. Foram quedas expressivas, de forma generalizada, mas o cenário está hoje a mudar e é precisamente entre os concelhos onde as descidas de preços foram mais acentuadas que também estão a registar-se as recuperações mais dinâmicas. São os casos de diversos concelhos do Algarve, quer na orla marítima quer no interior, mas também de muitos mercados do Grande Porto, incluindo Matosinhos, Maia ou Gaia. Nestas três cidades, a queda de preços situou-se entre 19% e 24% na comparação entre os pontos mais alto e mais baixo do mercado, estando já a recuperar a um ritmo que varia entre 4 e 8%. Ainda na Área Metropolitana do Porto, destacam-se no ritmo de recuperação face à intensidade da queda, concelhos como Vila do Conde, Valongo ou Póvoa do Varzim. Nesta lista, integram-se diversos outros concelhos de todo o país como Viana do Castelo, Espinho, Coimbra ou, mais a sul, Oeiras e Azambuja, realça a Confidencial Imobiliário.
Para referência, a compressão de preços de venda entre o máximo e o mínimo da variação do Índice nas cidades de Lisboa e Porto, foi de –15% e - 23%, respetivamente. No Porto, os preços já estão a recuperar 7% face ao ponto mais baixo do mercado e em Lisboa o ritmo é de 16%.
Algarve lidera
De entre os dez concelhos nacionais onde o preço de venda das casas mais está a recuperar, sete localizam-se na região do Algarve. Em alguns casos, esta recuperação já está nos dois dígitos e a maioria destes mercados esteve mesmo entre os concelhos portugueses onde a queda neste indicador foi mais acentuada nos últimos sete anos.
Além de Olhão; Albufeira, Faro, Loulé, Castro Marim, Portimão e Silves, integram esta lista de 10, com valorizações de entre 9% e 17% na comparação do índice Confidencial Imobiliário no 3º trimestre de 2015 e o trimestre que em cada concelho registou o valor mínimo do indicador. Cascais e Miranda do Corvo (distrito de Coimbra) são os restantes concelhos que a par destes sete e de Lisboa completam o top 10 da recuperação dos preços.
Os concelhos algarvios destacam-se ainda quando a análise recai sobre os mercados que registaram maior queda de preços e que, face a essa queda, estão a recuperar de forma mais intensa. Pelas contas da Confidencial Imobiliário, nessa comparação destacam-se 33 concelhos de todo o país, dos quais 14 se localizam na região Algarvia. Desde Vila Real de Santo António, passando por Loulé, Albufeira ou Lagos, na zona litoral, e por Monchique, São Brás de Alportel ou Alcoutim, no interior, os concelhos algarvios identificados nesta perspectiva chegaram a registar quedas nos preços (entre os dois extremos de mercado no período compreendido entre 2009 e 2015) de entre 18% a 33%. Agora, e face a esse pico mais baixo do mercado, os preços nesses concelhos estão a recuperar a um mínimo de 4%, sendo em alguns casos estão já a dois dígitos, com valorizações que variam entre 10% e 17%.
Fonte: Público Imobiliário
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