14 abril 2016

Investimento das famílias em habitação vai aumentar em 2016


Em Portugal, tal como na Europa, 2016 será um ano de maior dinamismo no que diz respeito ao investimento das famílias em habitação, antecipam o Banco de Portugal e o Banco Central Europeu. Embora dê conta de uma evolução negativa na componente de formação bruta de capital fixo no setor da habitação no início de 2016, o Banco de Portugal (BdP) considera que esta será uma situação de “natureza temporária”, motivada pelas condições externas adversas e que, por isso se inverterá ao longo do ano.


Tanto que “a projeção aponta para um novo crescimento do investimento em habitação em 2016, em linha com o aumento do rendimento disponível e com o desagravamento da situação no mercado de trabalho”, refere o regulador nas suas “Projeções para a Economia Portuguesa: 2016-2018”, de março.


Recorde-se que segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2015 a atividade de compra e venda de habitação disparou em Portugal, tendo sido registadas 107.302 transações que geraram um volume de negócios na ordem dos 12.500 milhões de euros. Traduzindo um crescimento de 27,4% face ao ano anterior, há cinco anos que não eram vendidas tantas casas em Portugal, referiu ainda aquele organismo, frisando que este movimento ascendente está a ser acompanhado também pelo lado dos preços.

Tendo em conta que apenas um quinto (20%) das casas vendidas em 2015 eram novas (21.403), é nas casas usadas que os preços mais estão a subir, conclui o INE. Assim, no ano passado, os preços para as casas usadas registaram uma variação média anual de 4%, ao passo que no caso das casas novas os preços subiram apenas 1,7% em 2015.

Crescimento é comum à zona Euro

O crescimento no setor será, aliás, uma tendência comum às diferentes economias da zona Euro ao longo dos próximos meses, revela por seu turno o Banco Central Europeu (BCE) nas recentes “Projeções macroeconómicas de março de 2016”. Embora partindo “de um nível muito baixo”, as projeções dos analistas do BCE não deixam margem para dúvidas de que “o investimento residencial na área do euro deverá ganhar dinamismo” em 2016, alavancado pela “recuperação do rendimento disponível real e por taxas hipotecárias muito baixas”.

Outra nota positiva é o facto de os processos de ajustamento nos mercados da habitação em vários países da zona euro parecerem ter já terminado, “registando-se uma melhoria das perspetivas para os preços da habitação”. No entanto, o banco central lembra que “os níveis elevados de dívida das famílias” continua a ser uma realidade em muitos países, sendo por isso provável que “obstem a um aumento forte do investimento residencial” naquelas economias.´

Olhando para os próximos dois anos, a expetativa do BCE é a de que o setor continue a evoluir favoravelmente na zona euro, embora a recuperação deva acontecer a um ritmo “modesto”, fazendo com que as previsões apontem para que “o investimento na habitação em 2018 se situe cerca de 20% abaixo do valor máximo registado em 2007”.

Fonte: Público Imobiliário

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