07 maio 2016

Preços das casas abaixo do valor real


São vários os agentes do mercado a dizerem que se vende habitação abaixo do seu valor real. Uma prática sobretudo difundida pela banca, que continua a tentar `despachar' muito do imobiliário malparado que acumulou nas respetivas carteiras durante os últimos anos de crise. Mas se a habitação está a viver dias felizes, o segmento comercial (que na prática inclui todo o tipo de imóveis não residenciais) não lhe fica atrás.

Em 2015 foram batidos todos os recordes de investimento, a rondar os dois mil milhões de euros, em grande parte suportado por capitais estrangeiros. 

Os fundos de investimento aderiram em força ao mercado português por duas razões: preços competitivos, em comparação com outras praças europeias, e por outro lado, rentabilidade elevada.

Naquele que é conhecido por 'eixo central' (Avenida da Liberdade, Fontes Pereira de Melo, Saldanha e Avenida da República) já começa a não haver resposta para tanta procura, o que está a empurrar os investidores para imóveis de escritórios situados na periferia de Lisboa. 

A imagem de Portugal junto dos grandes investidores internacionais melhorou nos últimos anos e aparece mais vezes associada à Irlanda e a Espanha do que à Grécia. Alguns analistas garantem que Portugal aparece cada vez mais referido nas opções de investimento. E isto surge numa altura em que há muita liquidez e nos mercados de grande dimensão a nível europeu - como Frankkurt, Londres, Paris ou Madrid - há já sinais de alguma saturação. A procura dirige-se então para os países periféricos, e, aí, Portugal surge bem posicionado. 

No segmento habitacional é consensual entre os agentes do sector que as casas ainda estão a recuperar das desvalorizações acumuladas durante os últimos anos de crise, e a própria Comissão Europeia afasta qualquer risco de bolha. O relatório de Bruxelas que alerta para os desequilíbrios macroeconómicos na União Europeia coloca Portugal no grupo de países onde os preços da habitação ainda se encontram subavaliados, pelo que o atual ritmo de retorna não pode ser indicativo de uma nova acumulação de riscos num futuro próximo. O alerta vai para países como a Suécia ou o Reino Unido, onde os preços já excessivos não param de aumentar. 

A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa juntou, em abril, vários especialistas para explicar por que mesmo a capital do país, onde os preços estão finalmente a recuperar da crise, é uma boa alternativa para quem não está interessado nos mais prudentes depósitos a prazo, que rendem 0%, nem nos mais arriscados investimentos em ações, obrigações e outros títulos da dívida. 

Fonte: revista EXAME de maio de 2016

1 comentário:

  1. Mas como se ver as casas tão anunciadas, a baixo custo? Não temos como vê-las nem tampouco saber a metragem e o valor total da casa.

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