04 julho 2012

Crise da Zona Euro enfraquece rendas prime no globo


As rendas prime mundiais, afetadas pela crise que atravessa a Europa, subiram menos de 2% até março de 2012, revela o "Knight Frank Prime Global Rental Index". Esta é a taxa anual de crescimento mais fraca desde o quarto trimestre de 2009, segundo o indicador divulgado pela Worx Real Estate Consultants.

As rendas prime globais aumentaram em menos de 2% no ano até março de 2012, a mais fraca taxa anual de crescimento desde o quarto trimestre de 2009. De acordo com o "Knight Frank Prime Global Rental Index", divulgado pela Worx Real Estate Consultants, o contágio da Zona Euro, o seu impacto na confiança das empresas e as deslocalizações empresariais levaram a um crescimento mais lento do mercado mundial de arrendamento prime.


Após ter alcançado o pico no segundo trimestre de 2008, e um ano depois de ter atingido o ponto mais baixo, o "Knight Frank Prime Global Rental Index" tem assistido a um crescimento lento, mas constante. O fraco desempenho do índice no primeiro trimestre de 2012 esconde a grande flutuação que existe no desempenho das cidades. A diferença entre o topo e o fundo dos resultados da tabela corresponde a 34% (crescimento anual), sendo que as cidades da Ásia-Pacífico e da América do Norte dominam a me-tade superior e as da Europa a metade inferior.

China é foco do crescimento
Em 2010, Londres, Hong Kong e Nova Iorque lideravam a recuperação do crescimento do mercado de arrendamento prime após as medidas de estímulo do pós-Lehman, mas que resultaram apenas numa insípida recuperação financeira, refere o documento. Desde esse ano que a China tem sido o foco do crescimento - mais precisamente, desde o quarto trimestre de 2010 que Xangai, Guangzhou e Pequim têm assistido a um aumento das rendas em 12,2, 9,4 e 7,5%, respetivamente, ultrapassando o crescimento de Londres e de Nova Iorque (com 6,3 e 3%, respetivamente).

O desempenho do mercado de arrendamento de Londres e Nova Iorque está ligado à saúde do seu mercado empregador. De acordo com Morgan McKinley, o número de postos de trabalho disponíveis no setor de serviços financeiros na capital britânica caiu 57% em março deste ano, quando comparado com o mês homólogo de 2011. Estas condições precárias de emprego levaram a um crescimento de apenas 1,2% no valor das rendas em Londres no mesmo período, quando no ano anterior tinha sido registada uma subida de 6,3%.

A performance de Nova Iorque difere. A oportunidade de emprego no setor privado aumentou cerca 2,1% no ano até março de 2012, mas o acesso a hipotecas permanece limitado, fazendo com que muitos potenciais compradores optem pelo mercado de arrendamento. Segundo Jonathan Miller, market expert na Knight Frank na cidade americana, "o mercado de arrendamento é sinónimo de uma melhoria económica, pois é mais sensível a situações de desemprego que o mercado de vendas. No entanto, as rendas começaram a subir antes que o desemprego começasse a diminuir, o que significa que o recente crescimento das rendas tem sido suportado pela concessão de crédito".

Previsões pouco animadoras
As perspetivas para as rendas prime dependem da saúde da economia global e, com o desenvolvimento económico revisto em baixa, as previsões parecem pouco animadoras, apenas com um provável crescimento limitado até ao final de 2012.

No entanto, algumas cidades asiáticas podem vir a assistir a um aumento da procura no mercado de arrendamento, resultado dos esforços governamentais recentes para restringir as compras externas (através do imposto de selo, aumento dos impostos, limiares de preços, etc.). São cada vez mais os expatriados que acabam por ser "empurrados" para o mercado de arrendamento por políticos interessados em melhorar a acessibilidade para os seus compradores nacionais.

Fonte: OJE

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