19 dezembro 2012

Vantagens de arrendar casa com opção de compra


O arrendamento com opção de compra pode ser a solução de compromisso para comprar e para quem quer vender.
O mercado imobiliário tem sido muito afectado pela actual conjuntura, tanto do lado da procura, como da oferta. Quem quer comprar depara com grandes dificuldades em obter crédito à habitação, além de um futuro incerto. Quem pretende vender vê os seus planos ameaçados pela quebra acentuada de compradores.

Em tempo de crise, a necessidade aguça o engenho, e o arrendamento com opção de compra pode ser a solução de compromisso para ambas as partes. A Dinheiro & Direitos contactou algumas agências imobiliárias, que indicaram que este negócio é feito sobretudo entre particulares. "Na falta de melhor", os proprietários encontraram assim uma forma de escoarem os seus imóveis, mesmo que de forma diferida.

Um negócio híbrido
O arrendamento com opção de compra é uma modalidade mista. Tem em vista a compra de casa, mas, durante um período inicial variável, contempla o arrendamento. A aquisição propriamente dita só se concretiza mais tarde, accionando a opção de compra.

Do lado do inquilino, a grande vantagem deste negócio é a flexibilidade. Permite-lhe habitar a casa antes de a comprar, juntar mais dinheiro e esperar que as condições do mercado de crédito melhorem. Além disso, findo o período de arrendamento, não é obrigado a avançar com a compra. Caso não esteja satisfeito com o imóvel (por exemplo, não é funcional) ou precise de abortar o negócio (por não ter conseguido o empréstimo, por exemplo), pode simplesmente cancelar o acordo. A obrigação de prosseguir com o negócio pende apenas sobre o vendedor, que, dentro do prazo estipulado, tem de vender a casa ao arrendatário se este assim quiser.

Do lado do proprietário, esta modalidade é vista como um meio para atingir um fim. A probabilidade de conseguir vender a casa aumenta e, enquanto a venda não se concretiza, vai amealhando uma parte ou a totalidade das rendas.
Por ser um negócio entre particulares, não há um modelo predefinido. Todas as condições podem ser negociadas entre as partes e o contrato de arrendamento redigido conforme o interesse, necessidade e conveniência do proprietário e do futuro comprador.

O período de arrendamento não costuma ir além dos dois anos, mas nada impede que o senhorio e o inquilino acordem outra duração. De qualquer modo, o inquilino pode sempre antecipar a compra, ou seja, realizar o negócio antes de decorrido o prazo máximo do arrendamento.

Como estratégia para atrair clientes, alguns proprietários deduzem ao preço final do imóvel uma parte (por vezes, a totalidade) do valor das rendas pagas. Assim, tornam a compra mais interessante para o inquilino, pois diminui o seu esforço financeiro no momento da compra. Por outro lado, se o negócio não se concretizar, o proprietário arrecada o valor total das rendas pagas.

Incertezas acauteladas
A questão financeira pesa cada vez mais na decisão de avançar com um negócio, e a compra de casa, por mais atraente que seja para o comum dos portugueses, é indiscutivelmente um "fardo" para a vida. Em tempos de ‘troika', há um conjunto de factores sociais a que também é preciso atender e que tornam o arrendamento com opção de compra mais interessante.

Em primeiro lugar, a disponibilidade financeira de quem, por causa do vínculo laboral, não está seguro das suas possibilidades económicas; ou, pelo contrário, prevê vir a ganhar mais nos anos seguintes, mas não tem a certeza de que tal vá acontecer. Assim, havendo risco de, no futuro, poder falhar com o pagamento do empréstimo da casa, prefere "jogar pelo seguro" e optar por uma solução que, a qualquer momento, lhe permite desistir do negócio. Já se optar pela compra imediata, fica refém dessa escolha e dependente de conseguir vender o imóvel, caso se veja em dificuldades financeiras.

Em segundo, há a questão do acesso ao crédito. Ao adiar a compra, pode diminuir o risco associado ao negócio: o montante do empréstimo será menor, a sua situação financeira poderá estar mais sólida e as taxas de juro eventualmente mais baixas.
De qualquer modo, avalie bem o seu caso. O arrendamento prévio nem sempre é a opção mais barata: por exemplo, se o proprietário não lhe permitir deduzir as rendas ao preço final ou conseguir uma taxa de juro baixa para o empréstimo.

Fonte: Económico

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