16 fevereiro 2013

Investir em Portugal é mais rentável do que em Inglaterra ou França


Esclarecer e ajudar os estrangeiros a investirem no mercado português são alguns dos objectivos do Guia de Investimento Imobiliário em Portugal lançado esta semana.


Portugal é um destino atractivo para os investidores estrangeiros. Aqui podem descobrir produtos imobiliários de qualidade a preços competitivos e é possível encontrar investimentos com taxas de rentabilidade que são o dobro do mercado inglês ou francês, em produtos equivalentes.

E porque esse investimento tem vindo a crescer, a consultora internacional CBRE Portugal, em parceria com a empresa internacional de advocacia Garrigues, criaram o ‘Guia de Investimento Imobiliário em Portugal’. Com o intuito de fazer uma radiografia ao mercado português e de explicar as áreas mais atractivas para investir, este guia vem dar uma ideia mais precisa das regras do nosso imobiliário.

Miguel Marques dos Santos, sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Urbanismo da Garrigues Portugal, refere ao SOL que o objectivo do guia é facilitar a apreensão da realidade portuguesa, por parte de investidores que olham para Portugal como um dos destinos possíveis para os seus investimentos. Contudo, o responsável garante que a obra não irá ajudar os investidores a ultrapassarem a burocracia do país, que tem dificultado o investimento estrangeiro.

O responsável destaca que a burocracia só pode ser ultrapassada com medidas do Estado, que contribuam para a sua diminuição. Mas o guia «poderá cumprir uma função também importante, que é a de facultar ao investidor, de forma simples e directa, uma fotografia da nossa realidade, em termos de mercado e de regras jurídicas e fiscais aplicáveis ao investimento», explica Miguel Marques dos Santos.

Investidores e fundos soberanos têm interesse

Também Francisco Horta e Costa, managing director da CBRE Portugal, salienta que este guia é dirigido sobretudo aos investidores que já cá estão, mas que não investem há algum tempo, «bem como aos novos investidores que têm pouco ou nenhum conhecimento do mercado, tais como os brasileiros ou institucionais europeus, além de fundos soberanos, que têm demonstrado interesse».

Para o director da CBRE os projectos de qualidade, transversais aos vários sectores, que possam ser adquiridos a preços que reflictam a situação do mercado actual, são os que mais interessam aos investidores estrangeiros. «Os investidores estão à espera de encontrar produtos prime com preços corrigidos. E edifícios de escritórios arrendados a longo prazo a empresas de reconhecida qualidade, centros comerciais, lojas em zonas prime, projectos de valor acrescentado no centro da cidade e zonas históricas, são o tipo de investimentos mais atractivos», adianta Horta e Costa.

Segundo o Guia de Investimento, no 4º trimestre de 2012 existia no mercado em Portugal um stock total de 4,5 milhões de metros quadrados. No retalho, o stock no mesmo período era de 3,5 milhões de metros quadrados, e só os centros comerciais representavam 2,8 milhões. O volume de negócios de maior investimento anual ocorreu em 2007 com 1,4 mil milhões de euros, e menor aconteceu em 2012, com 100 milhões.

Miguel Marques dos Santos refere que o mercado imobiliário, de uma forma geral, viveu tempos difíceis em 2010, 2011 e 2012. A sua percepção é a de que a segunda metade do ano passado constituiu um ponto de viragem. A partir de Setembro/Outubro passou a haver mais interesse por parte dos investidores internacionais relativamente a activos de qualidade, principalmente comerciais e de escritórios. «Apesar do mercado de investimento ainda estar muito longe dos anos bons de 2007/2008, parece-me natural que 2013 traga transacções interessantes nestes segmentos. Quanto ao sector da promoção, imobiliária ou turística, tudo indica que a recuperação será lenta e difícil», esclarece.

Guia aponta para boas oportunidades de negócio

Francisco Horta e Costa, por seu turno, admite que o guia em si mesmo não transmite conselhos específicos. No entanto, permite tirar conclusões sobre quais os sectores onde podem existir boas oportunidades de negócio, dada a correcção de preços e um desequilíbrio entre oferta e procura do qual se possa tirar partido.

O responsável assegura que o facto de se investir na zona Euro, numa fase baixa do ciclo económico, podendo ter acesso a produtos que normalmente não estariam no mercado, e a preços atractivos, são motivos aliciantes para o investidor estrangeiro. «O mercado português sofreu uma correcção nas yields que neste momento são razoavelmente mais altas do que as de outros mercados europeus, onde existe uma maior concorrência. Aqui é possível encontrar investimentos com taxas de rentabilidade que são o dobro do mercado inglês ou francês, em produto de qualidade equivalente», esclarece.

As maiores dificuldades encontradas em Portugal por um investidor são, na opinião do responsável da CBRE, a pequena dimensão do mercado português, «o que o torna menos líquido e onde existem poucos investimentos com massa crítica. Há investidores internacionais que só investem montantes superiores a 75 milhões de euros. Por outro lado, é um mercado bom para os privados, que tendencialmente investem entre os 5 milhões e os 30 milhões de euros», conclui.
Fonte: SOL

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