06 maio 2013

Arrendamento universitário com mais procura que oferta em Portugal


O mercado do arrendamento universitário em todo o mundo valia, no final de 2012, cerca de 152 mil milhões de euros, estimou uma consultora, sem números para Portugal, onde especialistas do mercado mostram uma procura maior que a oferta.
Pela imobiliária ERA, o diretor comercial da zona da Alameda, em Lisboa, Francisco Valezim, assume haver mais procura neste mercado. "A oferta é maior, mas ainda não acompanha totalmente a procura existente. 



Relativamente ao indicador preço, no comparativo com os últimos três anos verificamos uma descida de cerca de 10%", informou. Os números sobre investidores neste mercado indicam, segundo a mesma fonte, "um aumento entre 10% a 20%". Os apartamentos para estudantes têm um custo entre 07 a 08 euros por metro quadrado.

Fernando Vasco Costa, da consultora Jones Lang LaSalle, que efetuou um trabalho sobre este mercado a nível internacional, notou à agência Lusa que este é um "mercado 'informal'" pelo que existem poucos dados disponíveis.
No alargamento de ofertas neste mercado, o mesmo responsável citou o caso dos estudantes internacionais, que viajam até Portugal ao abrigo do programa Erasmus.
Quanto a valores por quarto, Fernando Vasco Costa baliza os valores entre 125 a 200 euros mensais, "dependendo da localização e estado do mesmo".

Em dezembro de 2012, a Jones Lang LaSalle estimava que as residências universitárias a nível internacional valiam 200 mil milhões de dólares (cerca de 152 mil milhões de euros) e "consolidam-se como classe de ativos de investimento imobiliário". Os mercados mais ativos eram os do Reino Unido e o dos Estados Unidos da América, seguidos da Espanha, Suécia e Alemanha.

Ao longo da última década, indicou o documento, este mercado "começou a emergir como uma categoria de referência no investimento imobiliário global". "Em Portugal, as residências para estudantes são um nicho de mercado ainda muito pouco explorado pelos promotores e investidores, e tendo em conta os indicadores disponíveis neste momento, não prevemos que esta situação venha a alterar-se substancialmente nos próximos anos", referiu Fernando Vasco.

O interesse justifica-se pela existência de residências de estudantes e a "subsistência de um mercado paralelo de subarrendamento que predomina em grandes polos universitários, como Lisboa, Porto e Coimbra com condições financeiras mais atrativas".

O relatório da consultora nota o "crescimento rápido" em todo o mundo: passou de 98 milhões em 2000 para 165 milhões em 2011, esperando-se chegar aos 263 milhões até 2025.

Das respostas à agência Lusa, os serviços de Ação Social da Universidade do Porto (SASUP) assinalam não existir grande variação nas candidaturas feitas nos últimos três anos letivos. "O número de candidatos, de todos os níveis de ensino, incluindo também os estudantes de mobilidade internacional, é cerca de 2000", referem os SASUP, que enviaram uma lista com a distribuição das 1.188 camas por nove residências universitárias.

Os estudantes bolseiros dos SASUP pagam mensalmente 72,75 euros, "valor este que recebem como complemento à bolsa de estudo", enquanto os não bolseiros desembolsam por mês 135 euros (estudantes de 1.º e 2.º ciclo).

No final de março, a Universidade do Minho fazia saber que tinha seis vagas no total de lotação de 1.300 camas, apresentando preços que variam entre os 73,36 euros mensais para bolseiros de ação social e os 169,75 euros para doutorandos e professores. "Em regra temos as residências praticamente cheias e só temos lista de espera no início do ano letivo", notaram os serviços desta universidade.

Fonte: Dinheiro Vivo

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