08 maio 2013

Turismo de saúde e bem-estar precisa unir esforços para potenciar mercado


Portugal tem um enorme potencial para oferecer a nível do turismo de saúde e bem-estar, com algumas clínicas e hospitais que reúnem condições médicas ímpares para disputar o mercado a nível internacional, oferecendo preços competitivos. A par desta componente, as sete regiões turísticas em que se encontra dividido o país, tem em funcionamento quarenta termas, nove talassoterapias e mais de duzentos spas. Acrescente-se que o país tem dezenas de unidades hoteleiras, sendo várias delas de quatro e cinco estrelas, vocacionadas para o turismo de saúde e bem-estar.

Num seminário organizada pela Associação Portuguesa de Turismo de Saúde e Bem-Estar (APTSBE), realizado na sexta-feira, na escola de Tecnologia da Saúde, em Gaia, os participantes foram surpreendidos com um conjunto de casos bem-sucedidos de empresas que estão no mercado internacional a vender os seus produtos, mas que, contudo, o estão a fazer de forma isolada, já que continua por definir uma estratégia nacional de abordagem do turismo de saúde e bem-estar.

São casos como a Maloclinics, o Madeira Medical Center, o grupo Sanfi l, o Centro Hospitalar de Gaia, ou o Hospital Privado de Guimarães, que, embora com especificidades próprias, apresentam projetos de sucesso, alguns deles com resultados visíveis.

“Compete ao governo, promulgar legislação que prescreva normas de qualidade e de segurança para os vários subprodutos do turismo de saúde e bem-estar, que defina os direitos e proteja os utentes”, considerou João Viegas Fernandes, presidente da APTSBE, na sessão de abertura do seminário Turismo de Saúde e Bem-Estar.

Transpor para o direito nacional a Norma Europeia da Saúde Transfronteiriça, regular e agilizar os trâmites para a concessão de vistos de entrada para cidadãos fora da União Europeia, são duas outras medidas que o governo tem de impulsionar de forma ao regular o funcionamento deste mercado. No entanto, cabe também ao governo e às entidades públicas, “a promoção deste produto turístico compósito”, adverte responsável da associação criada em Setembro de 2012.

“No turismo de saúde e bem-estar nós temos que inovar, aplicar os conhecimentos e criar produtos diferentes”, considera o médico de cirurgia vascular, António Lúcio Baptista, e ceo da Iberia Advanced Healthcare, empresa com vários projetos inovadores para este mercado, como é o caso das pistas medicalizadas, já em funcionamento em vários parques desportivos do país. A empresa que já tem concluído outro projeto, o Top Varizes, uma combinação de duas ou mais técnicas terapêuticas, está a estudar outros projetos, preparando produtos semelhantes às pistas medicalizadas, destinados às marinas e aos campos de golfe.

Casos de sucesso no turismo de saúde e bem-estar

O primeiro painel dedicado ao turismo médico e estético contou com a presença de várias empresas que divulgaram os seus projetos a nível internacional e, neste momento, já estão a receber turistas em Portugal. É o caso do Madeira Medical Center, uma unidade privada que custou 12,5 milhões de euros, que avançou em 2008 para o turismo de saúde. Em 2010 fez um acordo com o Reino Unido para resolver situações da lista de espera de doentes. Uma situação que os levou a estabelecer um protocolo com uma agência de viagens, uma unidade hoteleira e outros equipamentos. 

Outro dos casos foi apresentado por Álvaro Monteiro, presidente do Centro Hospitalar de Gaia – uma unidade pública referenciada a nível internacional pela qualidade das intervenções –, que está a desenvolver um projeto pioneiro no mundo a nível do diagnóstico cardíaco, através de uma sistema semelhante ao scâner. Um produto que em breve poderá dar muito que falar e trazer a Gaia muitas turistas.

Também o grupo Sanfil, um dos maiores grupos privados a atuar no centro do país, está a trazer doentes, especialmente de Inglaterra, para serem intervencionados na Casa de Saúde de Santa Filomena, em Coimbra. Pedro Marques, gestor, adianta que “em várias especialidades, o grupo Sanfil apresenta preços mais competitivos em comparação com outros países”.

O grupo Maloclinics, especialistas na implantologia dentária, com longo percurso internacional, e o Hospital Privado de Guimarães, que tem um acordo com o governo líbio, para o tratamento de doentes, são dois outros exemplos de sucesso nesta área.

Fonte: Público


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