O primeiro trimestre do corrente exercício iniciou com um ritmo lento, levando o mercado imobiliário português a manter a tendência verificada no ano passado.
Os primeiros três meses deste ano marcaram um arranque tímido para o mercado imobiliário português, dando continuidade ao ritmo verificado em 2012, quer em termos de investimento quer de ocupação de escritórios e retalho, revela o recente "Market Pulse Portugal" da Jones Lang LaSalle.
O relatório da consultora afirma que "a difícil conjuntura económica e as novas medidas que será necessário adotar em virtude das perdas orçamentais resultantes da decisão do Tribunal Constitucional no âmbito do Orçamento de Estado para este ano vão continuar a ter um impacto no mercado imobiliário", embora, em termos de investimento, "seja expectável um aumento significativo da atividade para o segundo trimestre". Acrescenta que, no mercado de ocupação, os escritórios deverão manter um ritmo semelhante ao de 2012, assim como no retalho, segmento no qual continua a destacar-se o comércio de rua, "que permanece bastante dinâmico".
No mercado de investimento foram transacionados pouco mais de 10 milhões de euros entre janeiro e março em Lisboa. As yields mantiveram-se alteradas face ao trimestre anterior em todos os setores e zonas de mercado, variando entre os 7,50% no comércio de rua e os 9,75% nos escritórios do Corredor Oeste na capital portuguesa. Apesar da baixa atividade, a Jones Lang LaSalle refere que existem vários investidores nacionais e internacionais, privados e institucionais, interessados em comprar ativos imobiliários em Portugal, "motivados sobretudo pela baixa de preços, esperando-se, assim, uma nova dinâmica nos próximos trimestres". A consultora destaca ainda as expetativas em relação ao que poderá resultar do investimento residencial por via da atribuição dos golden visas e dos benefícios fiscais para os residentes não habituais.
Os escritórios na zona da Grande Lisboa mantiveram um ritmo de absorção semelhante, ainda que ligeiramente revisto em baixa (-7%), ao do primeiro trimestre de 2012, situando-se nos 12 128 m2. A taxa de disponibilidade manteve a tendência de subida, encerrando o período com 12,85% do stock disponível. Já as rendas prime mantiveram-se estáveis, exceto no Parque das Nações, que verificou um novo ajuste, para 13,5 euros /m2/mês, menos 3,6% face ao trimestre anterior. A renda prime no CBD é de 18,5 euros/m2/ mês. Em termos de oferta, nos primeiros três meses de 2013 surgiu o novo complexo de escritórios Restelo Business Centre, com 9 mil m2.
De acordo com a Jones Lang LaSalle, ao longo de 2013 a maior parte da oferta prevista (em número de edifícios) será desenvolvida de forma especulativa, ao contrário do que se verificou em 2012, "situação que se deve essencialmente à localização prime da maior parte dos projetos, onde a oferta de espaços de qualidade é praticamente inexistente".
O segmento de retalho continuou a ser impulsionado pelo comércio de rua em Lisboa, que regista uma elevada procura de consumidores estrangeiros, fator que permanece um motor de atração para retalhistas internacionais. As rendas prime mantiveram-se inalteradas, com o comércio de rua nos 90 euros/m2/ mês e os centros comerciais nos 85 euros/m2/mês. O segmento dos retail parks foi o único que teve uma alteração positiva nas rendas, de 9,00 euros, para 9,50 euros/m2/mês, que "se deveu exclusivamente à boa performance do Sintra Retail Park, que tem registado uma procura com rendas mais elevadas e que se diferencia das restantes unidades no País". Os centros comerciais continuam sem registar inaugurações, o que deverá manter-se em 2013.
Fonte: OJE
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