A ADENE Agência para a Energia publicou o Guia da Certificação Energética que apoia o consumidor com pequenos passos a reduzir o consumo de energia em casa.
Um apartamento de três quartos com reduzida eficiência energética, por exemplo classe D, gasta sensivelmente o dobro da mesma habitação com uma classificação energética com uma razoável classificação, exemplo B-.
De acordo com o Guia de Certificação Energético disponibilizado pela ADENE, uma habitação T3 com certificação energética D, pode gastar por ano, entre 670 euros a 2.700 euros sendo esta diferença dada para uma utilização de 10% do tempo útil da habitação e o valor superior para um uso teórico de 100% do tempo de ocupação da habitação. Em contrapartida a mesma habitação com uma certificação energética B- (as classes vão até A+), tem um referencial de consumo anual entre 350 euros e 1.300 euros. Existem medidas de baixo custo, ou sem qualquer custo adicional, que podem reduzir o nosso gasto de energia entre os 10% e os 40%.
Mesmo os nossos hábitos diários, sem qualquer tipo de investimento, representam uma consciencialização energética que se traduz numa redução sensível da fatura energética, além de se traduzirem num comportamento ambiental mais responsável.
Habitação concentra 30% do consumo de eletricidade
Em Portugal, o sector residencial, com cerca de 3,9 milhões de alojamentos, contribuiu com 17,7% do consumo de energia final em termos nacionais, representando cerca de 30% do consumo de eletricidade, o que evidencia, desde logo, a necessidade de moderar especialmente o consumo elétrico.
Outra causa para o aumento do consumo de energia reside na ineficiência dos próprios equipamentos utilizados no sector, edifícios incluídos, e dos procedimentos e hábitos de utilização desses mesmos equipamentos. Os consumos energéticos das habitações portuguesas têm registado um crescimento significativo, em parte, também devido ao aumento da aquisição de equipamentos consumidores de energia.
Ao considerarmos apenas os consumos elétricos, numa habitação, os eletrodomésticos da cozinha representam 40% da fatura de energia sendo assim os grandes responsáveis no consumo. Os equipamentos elétricos pesam também de uma forma determinante, com 33% da fatura de energia. A iluminação contabiliza 14% neste cálculo e o aquecimento ambiente 9%. São dados publicados pela ADENE neste Guia da Efi ciência Energética, apurados com base no inquérito de 2010 do Consumo de Energia do Sector Doméstico do INE / DGEG.
Cozinha concentra o maior consumo
Na cozinha são os eletrodomésticos de linha branca, como o frigorífico e as máquinas de lavar roupa e louça, a par dos eletrodomésticos como placa de fogão e fornos, os responsáveis pela conta da energia. A ADENE aconselha assim no momento da compra destes eletrodomésticos a conhecer a nova Etiqueta Energética destes equipamentos.
Fora da cozinha, são os equipamentos elétricos que continuam a dominar o consumo da energia das nossas casas, como são as televisões, vídeos, computadores e impressoras. O mais curioso é que uma parte substancial do consumo energético nestes equipamentos acontece quando não estão a ser utilizados, mas por comodidade de nunca desligamos completamente o equipamento, ficando em regra em estado de “stand by”, o que significa a consumir energia.
A iluminação está na lista principal do consumo de energia, sendo que é muito fácil começar a poupar, apenas com a substituição de eventuais lâmpadas incandescentes que ainda tenha em casa. No exemplo da ADENE, uma lâmpada economizadora fluorescente compacta de 11w, que custa cerca de 7 euros e que tem uma duração estimada de 8.000 horas, permite uma poupança de 57,48 euros ao longo da sua vida útil.
Mas se a mudança para lâmpadas economizadoras é uma forma fácil de começar a poupar, outros pequenos passos permitem ganhar dinheiro. Por exemplo adotar paredes de cor branca ou clara, em especial os tetos, ajudam a aproveitar a luz natural. Aliás, abrir e arejar bem uma casa além da renovação do ar que é sempre desejável, permite baixar a conta da eletricidade.
Aquecimento e águas quentes são 45% do consumo
O aquecimento e as águas quentes são uma componente essencial sempre que abordámos a eficiência energética de uma habitação, nomeadamente pelo conforto que representam e pelo investimento que exigem em sistemas e equipamentos. Muitos dos equipamentos presentes nas habitações em Portugal não são baseados em consumo elétrico, mas utilizam fontes alternativas de consumo como são o gás natural ou o gasóleo.
No conjunto, o aquecimento do ambiente e a produção de água quente sanitária representam 45% da energia total que consumimos em casa. Fica assim justificada a análise mais detalhada sobre as muitas opções que existem disponíveis para assegurar as muitas opções de soluções, equipamentos e até combustíveis.
Os painéis solares ao utilizar uma energia sempre disponível e sem custo, como é o sol, são uma solução a equacionar no mix energético a considerar numa habitação. Outras opções como a biomassa ou a energia eólica são outras alternativas de energias renováveis que a ADENE analisa neste Guia.
Fonte: Público
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