01 junho 2013

Prepare bem o seu imobiliário


O contexto económico atual e a pressão do mercado leva muitas empresas a olharem para o imobiliário como parte do problema do seu negócio, e são ainda poucas as que o veem como a potencial solução.
O imobiliário é uma componente muito importante para muitos negócios e, geralmente, é o custo mais representativo logo após os custos com pessoal. Tendo isto em conta, para qualquer negócio que necessite de restruturar e reduzir custos, maximizando benefícios fiscais ou pagando menos impostos e que procure gerar mais receitas, uma aposta verdadeiramente concertada numa estratégia imobiliária pode ser uma parte importante da solução.

Quando somos abordados para trabalhar na comercialização de propriedades percebemos, demasiado frequentemente, que muitos imóveis não estão em condições de ser transacionados rapidamente. 

Independentemente do estado do mercado imobiliário e da maior ou menor probabilidade de se alcançar uma venda, hoje, mais do que nunca, as empresas devem estar preparadas para agir rapidamente se necessário.

A falta de regulamentação urbanística num passado mais distante e a demora na grande maioria dos processos de licenciamento municipal provocaram um desleixo, muitas vezes até inconsciente, e uma tendência de adiar a obtenção de documentos e a conclusão de processos. Hoje são poucas as transações de propriedades industriais e de serviços que são concluídas com sucesso em poucos meses. Identificados potenciais compradores, muitas vezes a falta de documentação asfixia mais a conclusão de uma transação do que a falta de capital para a aquisição. 

As razões que levam a que as propriedades não tenham os seus documentos atualizados são geralmente simples, mas a atualização dessa mesma informação é, por norma, extremamente demorada e dispendiosa. Se alguma lição se deve retirar dos tempos que atravessamos, é que devemos estar preparados para as situações mais inesperadas. Mais concretamente, em relação ao património imobiliário, hoje sabemos que a qualquer momento podemos ter de o usar para tirar valor num momento de necessidade. Para concretizar este objetivo importa que os ativos estejam sempre em condições técnicas e legais que permitam a sua venda, ou rentabilização através de arrendamento de imediato. 

A falta de novos projetos imobiliários e o menor número de operações imobiliárias registadas nos últimos meses têm libertado as entidades públicas, deixando-as, à partida, mais disponíveis para ajudar as empresas a regularizar processos mais rapidamente. Nesta fase de menor carga de trabalho por parte das entidades públicas, importa investir nesta tarefa simples, mas morosa, de organizar e atualizar a documentação relativa ao património imobiliário. Mesmo que a estratégia hoje não seja a alienação, aprendemos com esta crise que o dia de amanhã dificilmente pode ser previsto com segurança, pelo que nada perdemos em nos prepararmos para uma situação inesperada. 

Por Ana Gomes, Associate, diretor de industrial e terrenos da Cushman & Wakefield

Fonte: OJE

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