É uma boa notícia para as famílias com crédito à habitação. A prestação da casa ao banco vai voltar a cair este mês para as famílias com crédito à habitação indexado às Euribor a três e a seis meses revistas em maio. Isto porque as médias mensais daquelas taxas de juro voltaram a descer.
Em um ano, a prestação da casa num crédito à habitação de 150 mil euros a trinta anos indexado à Euribor a seis meses (a mais utilizada no crédito às famílias), com um spread (margem de lucro do banco) de 1%, já caiu 48,77 euros, valendo agora 503,41 euros quando em junho do ano passado era de 552,18 euros. No mesmo período, a média mensal da taxa Euribor a seis meses desceu para menos de um terço, recuando dos 0,97% em maio de 2012 para 0,3% no mês passado (excluindo o dia 31).
Se recuarmos dois anos, o alívio na prestação da casa mais do que duplica, atingindo os 105,54 euros. Utilizando o exemplo dado acima, as família s com aquele tipo de crédito pagavam 608,95 euros em junho de 2011, contra os atuais 503,41 euros.
Este é o terceiro mês consecutivo em que o esforço para pagar a casa ao banco é menor, ficando, em junho, 4,25 euros abaixo da prestação que vinha a ser paga desde que tinha sido realizada a última revisão da prestação, em dezembro de 2012.
No caso de um empréstimo nas mesmas condições, mas indexado à Euribor a três meses, a redução da prestação é menor, mas ainda assim também muito significativa: menos 34,67 euros do que o valor mensal pago há um ano e menos 90,42 euros desde junho de 2011. Este mês a prestação vai fixar-se em 496,43 euros, contra os 586,85 euros que estavam a ser desembolsados em junho de 2011.
A média mensal de maio (também sem o dia 31) da Euribor a três meses ficou em 0,201%, marcando um regresso às quedas dos contratos de crédito com aquele indexante e representando uma economia de 1,55 euros face à última revisão, em março, depois das ligeiras subidas dos últimos meses.
Sendo a Euribor a média das taxas a que os principais bancos europeus emprestam entre si, a sua evolução está intimamente ligada à da taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE), fixada no mês passado no mínimo histórico de 0,5%.
Foi a quarta descida desta taxa desde julho de 2011, quando estava em 1,25%, todas já sob a presidência de Mario Draghi, que tem vindo a privilegiar o crescimento económico para a saída da crise.
Os mercados acreditam que ele poderá ir ainda mais longe, havendo margem para um novo corte de um quarto de ponto percentual, daí que a Euribor se mantenha abaixo da taxa de referência do BCE e continue a descer, apesar de já estar muito próxima do zero.
Se esta tendência se mantiver, as famílias com crédito à habitação vão continuar a ver a prestação mensal que pagam ao banco a cair. Mas não por muito mais tempo, porque taxas de juro muito baixas têm efeitos negativos na inflação.
Fonte: Dinheiro Vivo
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