27 novembro 2013

“Reajustar os projetos imobiliários à nova procura é a via para o sucesso”


“Reajustar os projetos imobiliários  à nova procura é a via para o sucesso”
Agora que o pior parece já ter passado no mercado imobiliário português, o novo paradigma exige que os intervenientes sejam capazes de reajustar expetativas e projetos face às novas condições da procura, avisa José Almeida Guerra.

Reconhecido especialista nesta indústria, Almeida Guerra é o CEO da Rockbuilding, empresa especializada na gestão integrada de projetos imobiliários que fundou em 2000 e que hoje está a trabalhar em conjunto com várias instituições financeiras com vista a encontrar as melhores soluções para viabilizar os ativos que têm em carteira.

Em entrevista o especialista afirma que “o pior já passou no mercado imobiliário e, ainda que ténue, já se vê alguma luz ao fundo do túnel”. Contudo, reconhece, “as interrogações quando ao futuro continuam e se não houver crescimento, as famílias e empresas continuarão sem disponibilidade para investir em imobiliário o que, obviamente, terá repercussão na retoma do mercado”.

Mas “a verdade é que a retoma do mercado imobiliário não se faz apenas pela via da colocação do produto, sejam casas, turismo, lojas ou escritórios, no mercado. Essa é apenas a face mais visível”, começa por explicar Almeida Guerra. Para que a retoma seja uma realidade sólida é preciso primeiro fazer o “trabalho de casa”, ou seja, “investir no estudo dos projetos e do reajustar de planos, algo que já está a acontecer em Portugal”.

Esta é, precisamente, uma das áreas onde a Rockbuilding está mais ativa atualmente, estando a “trabalhar na reconversão de planos de pormenor, revisão de projetos de loteamento e de outros em construção. O objetivo é adequá-los e capacitá-los face a esse novo contexto de mercado que antecipamos para o futuro”, revela o CEO da empresa, sublinhando ainda que “esta é uma área para a qual sempre estivemos vocacionados, mas que agora ganhou uma importância acrescida na nossa atividade”.

Almeida Guerra diz que “de agora em diante temos de contar com um mercado imobiliário mais contido, isto é, menos expansionista e com menos dinheiro mas que talvez se venha a revelar mais simples. E isso obriga a critérios mais rigorosos na escolha e montagem dos investimentos, até porque os novos projetos terão de ser programados para corresponder ao perfil financeiro das populações e das empresas; sabendo nós de antemão que a banca não vai estar tão aberta a facilitar crédito como no passado”.

Este “repensar” do negócio imobiliário provocado pela crise, “além de obrigar a uma adaptação do produto à realidade da maioria da população e empresas, veio também chamar a atenção para o facto de todos nós termos de passar a viver com menos, e isso, no final de contas, é algo positivo”, remata.

Preço não é o travão
O CEO da Rockbuilding considera que “o problema do mercado imobiliário não são os preços, que não estão altos, mas sim a falta de confiança no futuro e os baixos rendimentos da grossa fatia da população, algo que é ainda mais evidente nas camadas mais jovens”.
Por isso, recomenda, “os promotores e os investidores imobiliários terão de encontrar estratégias para adequar a oferta às novas condições da procura”. Por exemplo, “no caso da habitação, creio que vai haver alguma diminuição das áreas de modo a reduzir custos; algo que também poderá verificar-se nos escritórios. Já no caso do turismo, creio que os promotores terão de se voltar mais para a exploração do que para a venda das casas dos resorts, pois os turistas que nos visitam já não estão tão favoráveis à compra, mas sim a arrendar casa. Obviamente que obriga a todo um repensar do próprio modelo de negócio dos resorts, exigindo que os proprietários tenham uma maior capacidade de investimento de longo prazo e que se vocacionem mais para o negócio da exploração que, montado da forma certa, lhes permitirá uma boa rentabilidade. E, para os ajudar nesta mudança de rumo cá estamos na Rockbuilding para colocar o nosso know-how ao seu serviço”, destaca.

Fonte: Público

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