17 junho 2016

Incentivos à reabilitação devem manter-se estáveis para mercado ganhar confiança


A Estoril Real Estate é um promotor imobiliário que está atualmente a desenvolver projetos residenciais premium, em Lisboa e no Estoril. O promotor adquiriu, em meados de 2015, vários edifícios localizados em áreas históricas e nas zonas mais nobres destas cidades, que, de acordo com a administração – constituída por Gonçalo Cadete, João Paula Santos, João Pinho Cardão e Tiago Belo – querem ser uma referência e assumir uma posição de liderança na promoção e construção deste tipo de projetos residenciais. Numa primeira fase, numa aposta, especialmente, direcionada para a reabilitação urbana.


“De facto, consideramos que, atualmente, o fenómeno da reabilitação dos principais centros urbanos portugueses se constitui como uma oportunidade muito interessante. Iniciámos a nossa atividade de promoção imobiliária com projetos de reabilitação, mas, em todo o caso, é natural que a empresa venha a estudar outras oportunidades no âmbito da promoção imobiliária urbana que vão além da reabilitação”, destaca fonte da administração. 

Acrescenta que, “em termos do mercado imobiliário, em geral, nos últimos anos a atividade de desenvolvimento imobiliário foi naturalmente limitada pela crise, mas com a recuperação da procura doméstica e interesse acentuado de clientes estrangeiros em imobiliário português pensamos estarem criadas as condições para o surgimento de novos projetos imobiliários nos segmentos residencial, comercial e de escritórios”. 

Dinâmica nos centros das cidades 

Destaca que o conjunto de incentivos e instrumentos disponíveis para a reabilitação urbana são eficazes e interessantes, o que, aliás, tem sido demonstrado pela dinâmica de surgimento de novos projetos e pela requalificação de inúmeros edifícios e zonas históricas de cidades, especialmente em Lisboa e no Porto. Contudo, os responsáveis da Estoril Real Estate alertam que é essencial assegurar a sua estabilidade no tempo, de forma a aumentar a confiança dos diferentes agentes no mercado. 

Em relação aos preços elevados pedidos pelos proprietários, a administração considera que, obviamente, face a uma crescente procura de imóveis para posterior reabilitação nos centros das cidades, quem é proprietário deste tipo de ativos tem tendência a valorizar o seu produto, o que se vai acentuando à medida que o número de imóveis para reabilitar nestas zonas vai sendo mais limitado. “É uma consequência de um mercado que funciona livremente, diríamos. E realmente, na atualidade, com a recuperação acentuada da procura no mercado imobiliário residencial, nomeadamente no segmento de reabilitação em zonas históricas urbanas, tem-se de facto verificado um aumento acentuado dos preços dos edifícios para recuperação”, destacam os responsáveis. Contudo, alertam, “não diríamos contudo, que os askings prices são impeditivos de investimento nestas zonas, até porque a equação do desenvolvimento de projetos de reabilitação é, nos anos mais recentes, bastante mais equilibrada, considerando os custos de contexto e de obra, que foram desgravados pelas medidas públicas conhecidas de todos”. 

Quanto à lei do arrendamento, “pensamos que a sua revisão veio, precisamente, criar condições adequadas para se recuperarem edifícios de forma eficaz, protegendo os direitos dos inquilinos”, acrescenta a mesma fonte. 

Sobre os processos de licenciamento dos projetos imobiliários, consideram que os mecanismos existentes são adequados e que as câmaras municipais e restantes organismos têm vindo a realizar um esforço assinalável no sentido de tornar os processos de licenciamento mais céleres. “A experiência prática que temos tido no nosso portefólio de projetos tem sido positiva”, destaca. A Estoril Real Estate é parte de uma joint-venture entre a Estoril Capital Partners e o European Principal Group da Oaktree Capital Management. 

A Estoril Capital Partners é uma empresa de consultoria de investimento independente, constituída em julho de 2014, por gestores portugueses com experiência em investimentos e especialistas no setor imobiliário.

Investimento de 70 milhões em carteira
A Estoril Real Estate está, neste momento, a investir cerca de 70 milhões no desenvolvimento de seis empreendimentos residenciais em Lisboa e no Estoril, sendo que os empreendimentos totalizam uma oferta combinada de cerca de 130 apartamentos. Lisboa concentra a maior parte do portefólio em desenvolvimento, com projetos em zonas centrais e tradicionais, como a Graça, Cais do Sodré/Mercado da Ribeira, Príncipe Real e Avenidas Novas. Em causa estão os empreendimentos António Augusto de Aguiar 84, Duque de Loulé 42, Boavista 62, Contreiras Palace e Graça Residences, na capital, além do projeto Vila Montrose, no Monte Estoril. Além da oferta residencial e de estacionamento (num total de 165 lugares), alguns dos empreendimentos integram ainda uma componente de comércio de rua. “A carteira de projetos é bastante diversificada, pelo que, dos projetos em comercialização, temos registado interesse acentuado tanto de clientes domésticos como de clientes internacionais, nomeadamente franceses, brasileiros e chineses”, destacam. 
A perspetiva da Estoril Real Estate é atingir a velocidade cruzeiro dentro que poucos anos, com uma carteira que duplica sensivelmente o valor do investimento atual.

Estoril Real Estate analisa oportunidades no Porto
No caso da cidade do Porto, a Estoril Real Estate confirma que está a analisar diversas oportunidades de investimento. Consideram mesmo que a concretização do investimento nesta cidade não é agravada pelas características do edificado, devido à dificuldade em construir garagens. “Não nos parece uma questão relevante. Várias zonas de Lisboa também não têm tipicamente garagens, o que não constitui um obstáculo à sua comercialização”, destaca. Na sua opinião, os clientes de zonas históricas entendem bem as limitações dos produtos imobiliários disponíveis e valorizam localização e tipicidade, em detrimento da conveniência das garagens. Muitos destes produtos destinam-se a segmentos (jovens casais, estrangeiros) em que a garagem não é determinante.

Fonte: Caderno Imobiliário do Vida Económica de 17 de junho de 2016

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