22 março 2012

Conjuntura económico-financeira afeta mercado de escritórios


O mercado de escritórios está pouco dinâmico, a taxa de desocupação tem aumentado e têm sido revistos em baixa os valores de venda e arrendamento. Por estes motivos, os investidores estão mais cautelosos e o número de projetos em pipeline é reduzido, em parte devido à restrição ao acesso ao crédito de construção, à ausência de confiança e à inexistência de pré-contratos de arrendamento que diminuam o risco das operações. Todas estas limitações estão relacionadas com a atual conjuntura económico-financeira, resume a Worx. 
A consultora imobiliária explica que, tendo em conta estas limitações, as empresas estão a redefinir as suas estratégias de localização, apostando na racionalização do espaço e na contenção de custos. As empresas estão a renegociar rendas e a mudar de instalações para localizações com valores de arrendamento mais baixo e períodos de carência mais alargados, optando, muitas vezes, pela comparticipação no fitting out por parte dos proprietários.
As rendas prime têm registado uma tendência descendente, situando-se, atualmente, nos 18,50 euros/ m2/mês, o valor mais baixo registado na última década.


No final de 2011, o stock de escritórios de Lisboa ascendia a 4,51 milhões de m2, um crescimento de 1,4% em relação ao ano de 2010. O aumento de stock deve-se à entrada no mercado de apenas 63 mil m2, o valor mais baixo desde 2005. Conclui-se que 40% da nova oferta advém da entrada da Torre do Ocidente, com um total de 26 297 m2.







O aumento gradual da taxa de desocupação advém da nova oferta de espaços de escritórios aliada à reduzida absorção de espaços. No final de 2011, a taxa de desocupação atinge o valor mais elevado desde 2004 com 12,00%. A subida da taxa de desocupação é transversal à maioria das zonas, mas o Parque das Nações e o Corredor Oeste apresentam o maior desequilíbrio entre a oferta e a procura, com valores de desocupação respetivamente de 18,45% e 23,72%.

Quanto à nova oferta de escritórios, esta situa-se aproximadamente nos 62 500 m2, sendo que não existem novos edifícios previstos para as Zonas 5 e 6, o que contribui para o equilíbrio da taxa de desocupação nas mesmas. A médio prazo, não se prevê oferta.

Ao analisar-se a procura, conclui-se que a absorção no ano de 2011 foi a mais baixa desde 1998, com 87 650 m2, uma quebra de 17% relativamente ao ano anterior. Ao comparar os negócios concretizados com a área ocupada, verifica-se que a procura se concentra maioritariamente em áreas de dimensão inferior a 300 m2, num total de 145 negócios. Os negócios com dimensão superior a 1500 m2 representam apenas 4% do número de transacções, embora tenham um peso de aproximadamente 40% em relação à área absorvida. Quanto ao tipo de operações, grande parte das transações efectuadas são as de mudança de instalação, com 66%.

Os Valores de Mercado foram fortemente influenciados pelo reduzido nível de absorção e pelo aumento de disponibilidade de espaços. Assiste-se, assim, a uma pressão descendente das rendas, sendo que a renda prime atingiu, no final de 2011, o valor de 18,50 euros/m2/mês, um decréscimo de 5% face a 2011, o valor mais baixo registado na última década.

As rendas médias por zona ressentem-se com a atual situação do mercado e assiste-se a uma tendência de ajustamento em baixa. A Zona 1 mantém os valores mais altos do mercado. As Zonas 5 e 6 sentem uma maior pressão descendente dos valores médios praticados, atingindo, na primeira, os 15,35 euros/m2/mês e, na segunda, os 11 euros/m2/mês. As Zonas 2 e 3 assumem, este ano, algum protagonismo e uma ligeira inflexão na descida dos valores de arrendamento, situando-se, na primeira, o valor médio em torno dos 13,30 euros/m2/mês e, na segunda, nos 14,30 euros/m2/mês.

Fonte: OJE

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